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Capital

Vítima de atentado no Guanandi é agiota que denunciou Gilmar Olarte

Salem Pereira é testemunha de processo que já teve condenação, mas ainda está em fase de recurso

Marta Ferreira | 02/02/2018 11:13
Salém Vieira, de camisa branca, teve seu nome ligado ao "Golpe dos Cheques em Branco", em análise pela Justiça. (Foto: Arquivo)
Salém Vieira, de camisa branca, teve seu nome ligado ao "Golpe dos Cheques em Branco", em análise pela Justiça. (Foto: Arquivo)

Internado na Santa Casa de Campo Grande em estado grave, após ser baleado com pelo menos 7 tiros, Salém Pereira Vieira, de 36 anos, é um dos envolvidos no escândalo sobre o uso de cheques de terceiros que tem também como personagem o ex-prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte.

Salém, que é apontado como agiota, chegou a bater boca com Olarte durante audiência na justiça, no processo sobre o “Golpe dos Cheques em Branco”. À época, em 2015, ele classificou o ex-prefeito como “171”, artigo do Código Penal para estelionato, e ainda afirmou que sofria ameaças de morte.

O processo ainda corre na Justiça, na fase de recursos, embora já tenha havido condenação. A acusação principal é de que Olarte e integrantes da igreja da qual ele fazia parte usavam cheques em branco de terceiros para conseguir dinheiro com agiotas. O homem baleado hoje seria um dos “fornecedores” de recursos.

Salém Pereira Vieira foi questionado onde teria conhecido Ronan Feitosa, acusado de ser cúmplice de Olarte na troca de cheques e repasse de dinheiro para vereadores em troca da deposição de Alcides Bernal.

Vieira disse que conheceu Ronan três anos antes e que ele se apresentava como chefe da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia e Agronegócio), bem como “homem de confiança do Olarte”.

Salem também é uma das 29 testemunhas do processo da Operação Coffe Break, que investigou um esquema para cassar o ex-prefeito Alcides Bernal, com a participação de Gilmar Olarte e de vereadores de Campo Grande, além de empresários.   Na semana que vem, no dia 7, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça vai decidir se acata a denúncia contra o deputado Paulo Siufi (PMDB), que era vereador à época dos fatos denunciados. A outra parte da ação corre na primeira instância.

O crime – Equipes dos bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionadas nesta manhã para socorrer uma pessoa baleada em frente a uma creche da rua Jaime Ferreira Barbosa, no bairro Guanandi, em Campo Grande.

As primeiras informações indicavam que o homem, logo em seguida identificado como Salém Pereira Vieira, havia acabado de parar no local para deixar o enteado na creche e, ao descer do carro, um veículo Renault Logan, foi atingido pelos tiros. A esposa do motorista também estava no veículo no momento da ação.

Testemunhas revelaram que o suspeito pelos disparos estava em um outro veículo, um Volkswagen Voyage de cor preta, que fugiu do local após atirar diversas vezes.

Duas viaturas do Corpo de Bombeiros e um médico do Samu atendem a vítima no local, realizando procedimentos de drenagem de uma hemorrogia em seu tórax. O rapaz deve ser encaminhado para a Santa Casa da Capital.

Veículo da vítima no local do crime, no bairro Guanandi. (Foto: Bruna Kaspary)
Veículo da vítima no local do crime, no bairro Guanandi. (Foto: Bruna Kaspary)
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