Com advogado, Cesare Battisti chega à Capital para colocar tornozeleira
O italiano Cesar Battisti desembarcou de táxi pouco depois das 13h na rua Joaquim Murtinho, em Campo Grande, e entrou em um restaurante próximo ao Patronato Penitenciário, unidade da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) responsável pelo monitoramento de presos. O refugiado está na Capital para colocar a tornozeleira eletrônica por ordem da Justiça Federal.
Ele ficou pelo menos 15 minutos do restaurante, acompanhado de outro homem, esperou que o advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, contratado para atendê-lo em Campo Grande, chegasse para entrar no prédio do patronato. O italiano não falou com a imprensa.
Na manhã desta terça-feira (19), o Campo Grande News havia adiantado que um advogado havia comparecido à unidade da Agepen em nome de Battisti. O asilado tinha prazo até amanhã para estar monitorado sob pena de ter a prisão preventiva decretada.
No dia 5 de dezembro o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou que ele viesse a Campo Grande para colocar a tornozeleira.
Os advogados pediram que a instalação do monitoramento fosse em local mais próximo à residência do italiano, que mora em Cananeia, litoral sul de São Paulo. Mas, o pedido foi negado.
Prisão – Battisti voltou para a mira da Justiça no dia 4 de outubro quando foi flagrado na fronteira com a Bolívia carregando R$ 10 mil em espécie, US$ 5 mil (o equivalente na cotação atual a R$ 15,6 mil) e 2 mil euros (cerca R$ 7,3 mil).
Ele estava em um táxi boliviano com outros dois passageiros. A grande quantia em dinheiro chamou a atenção da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Depois do flagrante, o refugiado ficou preso na delegacia de Polícia Federal de Corumbá. No dia 5 de outubro, durante a audiência de custódia, realizada por videoconferência, teve a prisão preventiva decretada por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O TRF3 concedeu habeas corpus a Battisti, sob a condição de que ele fosse monitorado.
O italiano conseguiu refúgio no Brasil depois de ter sido condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo.
Ele chegou ao país em 2004, em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou sua extradição, que negada pelo presidente Lula (PT) em 2010.