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Igualdade ou equidade? No campo, para 90% das mulheres falar disso é importante

Pesquisa da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) mostra o que elas pensam sobre o tema

Caroline Maldonado | 08/03/2022 09:46
Homem e mulher em fazenda de Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/Sistema Famasul)
Homem e mulher em fazenda de Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/Sistema Famasul)

Igualdade é tratar todos da mesma forma, mas equidade é tratar a todos de formas diferentes para que tenham seus direitos igualmente garantidos. É isso que as mulheres querem e no meio rural elas demonstram que entendem bem o significado desses termos.

Pesquisa realizada pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) em todos os Estados do País, em 2021, apontou que 93% das trabalhadoras da área rural dizem ter orgulho em atuar no campo.

Entre elas, 90% responderam que para promover mais equidade de gênero no setor é necessário dar mais visibilidade a projetos de sucesso e as contribuições das mulheres para a agricultura. Elas acreditam que assim outras mulheres se sentirão mais encorajadas a ocupar novos espaços no mercado de trabalho.

Em Nova Alvorada do Sul, a 116 quilômetros da Capital, Eliane Pereira Lima deixou os trabalhos domésticos para trabalhar no campo com operação de máquinas agrícolas. Ela é uma das 24 mulheres da cidade que participam de treinamentos realizados pela unidade Santa Luzia da Atvos, segunda maior produtora de etanol do País.

Mulheres participantes de treinamentos realizados pela segunda maior produtora de etanol do País,  Atvos, em Nova Alvorada do Sul (Foto: Divulgação Atvos)
Mulheres participantes de treinamentos realizados pela segunda maior produtora de etanol do País,  Atvos, em Nova Alvorada do Sul (Foto: Divulgação Atvos)

"Estou muito feliz por ter feito o curso, que me possibilitou ser operadora de trator. Uma amiga me incentivou a tirar carteira de habilitação, pois facilitaria meu ingresso na área. Adquiri conhecimentos muito importantes ao longo do programa, como os conceitos de engenharia mecânica, que eu nem tinha ideia antes. Minha expectativa é crescer bastante no setor", conta.

Na turma de Eliane, 80% das alunas já estão trabalhando nas operações da unidade Santa Luzia. Desde janeiro, elas têm estudado temas como desenvolvimento pessoal e habilidades técnicas e desenvolvimento para o mercado de trabalho.

Em dez anos, as mulheres dobraram sua participação em cargos da agropecuária em Mato Grosso do Sul, segundo dados são do MTE (Ministério do Trabalho e Previdência), levantados pelo Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS). O uso da tecnologia no campo e as constantes capacitações que as mulheres fazem são os principais fatores que levaram a esse crescimento, segundo a entidade.

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