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Cidades

Governador atribui mortes por gripe à falta de atenção em postos de saúde

Fernanda Mathias e Leonardo Rocha | 02/06/2016 10:18
Azambuja e o prefeito, Alcides Bernal, participaram de solenidade de entrega de armamentos. Governador diz que "desatenção está nos postos" (Foto: Fernando Antunes)
Azambuja e o prefeito, Alcides Bernal, participaram de solenidade de entrega de armamentos. Governador diz que "desatenção está nos postos" (Foto: Fernando Antunes)

Um dia após a divulgação do número recorde de mortes em função da gripe causada pelo vírus H1N1, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi enfático em atribuir aos atendimentos em postos de saúde. “Isso tem muito a ver com o tratamento na atenção básica. No posto de saúde já é preciso ter um olhar mais atencioso com o paciente, para o atendimento adequado e que não retornem para casa”.

A declaração foi dada durante solenidade de entrega de armamentos à Guarda Municipal, da qual o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) também participava.

Reinaldo observou que a maioria das mortes ocorreu em pessoas integrantes do chamado grupo de risco, especialmente que tinham outras doenças que agravaram o quadro. “A desatenção está na saúde básica”, cravou. O governador destacou ações de treinamento que a SES (Secretaria de Estado de Saúde) vem desenvolvendo nos municípios, citando Naviraí, que teve casos seguidos de óbito, como exemplo. “Conseguimos fortalecer o atendimento emergencial na saúde básica, já quando o paciente chega”.

Quanto ao número geral casos confirmados da doença, o governador considera que não são índices alarmantes. O mal estar entre governo do Estado e prefeitura de Campo Grande em relação ao tema, teve início após divergência de informações sobre a quantidade de doses de vacina contra H1N1 fornecidas.

O município chegou a acionar o Ministério Público Federal e Estadual alegando que o Estado não teria fornecido o estoque necessário, afirmação que foi rebatida. Por fim, o MPE instaurou inquérito civil para investigar a insuficiência na quantidade de vacina contra a gripe disponibilizada para a Sesau.

Recorde – Até agora, 32 pessoas morreram por conta da doença, tornando 2016 como o ano com maior número de óbitos confirmados desde 2009, quando o vírus da gripe foi detectado pela primeira vez em uma epidemia no México.

Conforme o boletim epidemiológico, as sete mortes desta semana ocorreram em Bataguassu, onde duas pessoas morreram, Campo Grande, Caarapó, Douradina, Jardim e Naviraí. Os outros óbitos confirmados pelo vírus da gripe A desde o início do ano foram registrados em Aquidauana, Corumbá, Coxim, Juti, Ivinhema, Maracaju, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas.

De 1.096 exames realizados pelo Lacen (Laboratório Central) este ano, 422 confirmaram a doença em pacientes de todo Estado, sendo 114 somente em Campo Grande. No total, 615 pacientes ainda aguardam o resultado dos exames para confirmar se estão contaminadas pelo vírus H1N1.

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