Após 2 dias de protesto, transportadoras encerram paralisação em Porto Seco
Empresas querem que Receita Federal agilize liberações, pois morosidade já afeta salários de empregados
Após dois dias, terminou a paralisação na Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados) em Corumbá, a 428 quilômetros da Capital. Os transportadores mantiveram cerca de 90 caminhões parados em protesto contra a demora para liberação dos veículos de carga, em razão da operação padrão dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura mais de dois meses.
De acordo com o Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), mais de 1 mil veículos em toda cidade também já voltaram ao normal, a partir das 18h de ontem (15).
A situação ainda não foi normalizada, mas o Setlog Pantanal acredita que conseguiram chamar atenção das autoridades. Caso o problema não seja resolvido, eles farão nova paralisação por tempo indeterminado.
Antes da mobilização dos servidores federais, a liberação de uma carreta ou caminhão no canal vermelho da Agesa demorava no máximo dois dias. Agora, chega a 15 dias.
Manifestação dos auditores - Em todo o Brasil, os auditores fazem isso para protestar contra o corte de R$ 1,2 bilhão do orçamento da Receita Federal para 2022 e do não cumprimento de acordo pelo Governo Federal para pagamento de bônus de produtividade.
Auditores fiscais que ocupavam funções de chefia nas unidades da Receita no Estado e em todo o País entregaram os cargos, incluindo os delegados e adjuntos das aduanas de Corumbá, Ponta Porã, Mundo Novo e Campo Grande.
Consequências - Com isso, caminhões que transportam diversos tipos de cargas importantes ficam dias na espera por liberação. A situação gerou atraso de salários nas transportadoras, segundo o presidente do Setlog Pantanal, Lourival Vieira Costa Júnior.
“Tivemos êxito na paralisação, porque conseguimos chamar atenção das autoridades. No entanto, vamos dar um prazo de 15 dias e se a situação não se resolver, faremos nova paralisação sem tempo para terminar. O Governo Federal tem que entender o problema que está acontecendo aqui. Há funcionários que não receberam salários neste mês, estão atrasados há 10 dias. Estamos pagando para trabalhar”, reclama Lourival.
Segundo o presidente da entidade, hoje, o Porto Seco passará o dia lotado com a demanda dos dias de paralisação.