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Interior

Com Porsche e Mustang na garagem, alvo da PF diz ter renda de apenas R$ 3 mil

Apontado como líder de organização criminosa, preso pagou fiança de R$ 55 mil

Aline dos Santos | 05/05/2021 09:38
Porsche (veículo cinza) e Mustang (vermelho) foram apreendidos em operação da Polícia Federal. (Foto: Weber Reis/Folha MS)
Porsche (veículo cinza) e Mustang (vermelho) foram apreendidos em operação da Polícia Federal. (Foto: Weber Reis/Folha MS)

Com Porsche e Mustang na garagem, o autônomo Ioneide Nogueira Martins, 48 anos, preso em flagrante durante a operação Mamon, realizada na última quinta-feira (dia 29) em Corumbá, declarou à PF (Polícia Federal) ter renda de R$ 3 mil.

Na residência dele, que foi alvo de mandado de busca e apreensão autorizado pela 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, foram apreendidos os dois veículos, além de uma caminhonete Amarok, R$ 30 mil e joias. Somente o Porsche Boxter, ano 2020/2021, vale quase meio milhão de reais.

O registro da equipe da PF que “visitou” a residência do comerciante, no Centro de Corumbá, relata que foi preciso forçar a entrada no imóvel e o morador saiu correndo para os fundos da casa, levando um celular.

Já no banheiro do quarto de Ioneide, num compartimento oculto, os policiais encontraram uma pistola Glock . Detalhe: nove munições calibre 380 estavam num vaso de planta.

Mumições econtradas pela PF em vaso de planta. 
Mumições econtradas pela PF em vaso de planta.

A arma sem registro resultou na prisão em flagrante. O preso informou ter renda de R$ 3 mil como autônomo. Mas, a Polícia Federal arbitrou a fiança em R$ 55 mil. O valor foi pago e ele, liberado.

De acordo com a Polícia Federal, a fiança foi fixada em 50 salários mínimos, 18 vezes a mais do que a renda informada pelo preso, porque, na investigação, ele é apontado como líder de organização criminosa, responsável por complexo esquema de lavagem de dinheiro.

“Durante as investigações, foi demonstrado que Ioneide possui um  alto padrão de vida, ostentando carros e imóveis de luxo”. Ele é natural de Quinta do Sol (Paraná), município com cinco mil habitantes onde também foi cumprido mandado da operação Mamon. A ação também foi a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Conforme a investigação, a quadrilha alvo da operação Mamon movimentou R$ 20 milhões no ano passado. O dinheiro era proveniente de tráfico de drogas e contrabando.

A defesa de Ioneide Nogueira Martins aponta a sua inocência e que não há denúncia formalizada de ser líder de organização criminosa. “A defesa externa que o Ioneide é inocente e se alguém tem que provar algum tipo de delito é o estado. Não existe essa situação de líder de organização criminosa”, afirma o advogado Luiz Gonzaga da Silva Júnior.

Carros e imóveis - A 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande autorizou o sequestro de 4 imóveis e de 61 veículos, avaliados em R$ 8 milhões. Um dos locais “visitado” pelos policiais foi mansão no Cravo Vermelho, bairro periférico e de chão batido de Corumbá.

Imóvel com ares de fortaleza no Cravo Vermelho, bairro de chão batido em Corumbá. (Foto: Divulgação/PF)
Imóvel com ares de fortaleza no Cravo Vermelho, bairro de chão batido em Corumbá. (Foto: Divulgação/PF)

O imóvel, cercado por muro alto e com ares de fortaleza, conforme apurado pelo Campo Grande News, é endereço do vereador Alex Prado Della (Republicanos), que informou à Justiça Eleitoral não ter bens, e de seu pai Ale Tahir Della, preso em 2006 no aeroporto da Capital por tráfico de 85 quilos de cocaína.

Mamon é transliteração da palavra hebraica “Mamom”, a qual significa dinheiro ou riqueza.

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