Em entrevista, suspeito nega envolvimento em atentado a policial do Bope
Jorge Rodrigo Montiel Velila, de 29 anos, teme ser morto após se apresentar à polícia
Um dos sete procurados pela polícia sul-mato-grossense por suspeita de envolvimento no atentado a tiros a um subtenente do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Jorge Rodrigo Montiel Velila, de 29 anos, concedeu entrevista nesta quinta-feira (24) a uma rádio de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã. Durante a sua participação, Montiel negou que tenha atuado no ataque e disse que vai se apresentar à polícia, para entregar as provas de que no dia do confronto estava em sua residência.
O subtenente do Bope (Batalhão de Operações Especiais), Carlos Alberto dos Santos Aragaki, de 45 anos, foi baleado na madrugada de quarta-feira(16), quando os militares realizavam operação contra tráfico de drogas em uma estrada vicinal de Antônio João, na tentativa de abordar traficantes que passariam com carregamento de droga em um caminhão.
"Eu nem falo com essas pessoas, eles me acusam do nada. Eu estava no Cruce Bella Vista. Entrei na minha casa às 22h da noite. Tenho filmagem e tenho provas. Tenho uma foto em Yby Ya'u. Vou me apresentar, mas me coloco à disposição dos juízes. Eles me falaram do Brasil que iam me matar", disse Montiel à rádio paraguaia Urundey FM.
O advogado do suspeito, Édgar Guillén, reiterou que o seu cliente tem todas as provas para provar sua inocência e pediu garantias da segurança de Jorge, para que ele possa ir até as autoridades que investigam o caso. "A verdade é que ele não está envolvido neste ato. Vamos trabalhar para libertar esse cidadão", disse Guillén. Jorge Rodrigo é vendedor de materiais de construção.
O advogado quer saber quais documentos o Bope tem para acusar Montiel de envolvimento na quadrilha que atacou os policiais. Por questões burocráticas, Guillén também não poderá representar seu cliente no Brasil.
Jorge Rodrigo Montiel Velila pediu ajuda ao Comando Tripartite paraguaio em busca de garantias para a sua segurança e deve se apresentar à polícia nos próximos dias.
Identificados - Até o momento tem-se notícia do paradeiro de apenas 2 suspeitos de envolvimento no atentado ao policial. Após a divulgação das identidades dos suspeitos, Paulo Denis Martinez Recalde, se entregou à polícia de Ponta Porã na noite do dia 20 de março, mas ele foi liberto no dia seguinte.
O crime - Durante a abordagem, traficantes em veículos com faróis apagados, que davam apoio no transporte de droga, surpreenderam os policiais e descarregaram fuzis contra os militares. O subtenente foi ferido nas duas pernas e socorrido até o hospital local, onde precisou amputar parte de uma das pernas, abaixo do joelho. O médico local optou pela amputação devido à gravidade da lesão e pela falta de um cirurgião vascular na unidade de saúde. A busca por todos os criminosos, continua.