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Interior

Índio morto em Paranhos é enterrado em aldeia e cruz fincada em fazenda

Aline dos Santos | 15/06/2013 09:17

Três dias depois de ser morto em uma emboscada, o índio Celso Figueiredo, de 34 anos, será sepultado na manhã deste sábado na aldeia Yvykuarussu, em Paranhos, a 469 km de Campo Grande. O corpo permaneceu insepulto devido a um impasse, que só foi resolvido na noite de ontem.

Os índios guarani-kaiowá queriam enterrá-lo na aldeia Califórnia, local onde foi assassinado. Porém, em reunião com lideranças, representante do MPF (Ministério Público Federal) e Funai (Fundação Nacional do Índio) ficou acertado que somente uma cruz será levada para a fazenda.

“A cruz vai ser colocada onde o corpo tombou. Conversamos com a comunidade. Os fazendeiros têm arma e nós não temos armas”, relata o líder indígena Otoniel Ricardo. Também foi acordado que a Força Nacional de Segurança e a PF (Polícia Federal) vão ficar na região para evitar conflitos.

Logo após o crime, que segundo a Polícia Civil não tem relação com a disputa por terra, a comunidade ficou revoltada e cogitou invadir a fazenda. Agora, segundo Otoniel, os guaranis querem que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, visite o município. Contudo, o ministro já veio ao Estado neste mês devido aos conflitos em Sidrolândia.

Celso foi morto no dia 12 de junho. A vítima estava com o pai e ia receber um pagamento por serviços prestados na fazenda Califórnia, quando foi surpreendido por um homem de moto, que estava encapuzado.

O autor, armado com uma espingarda e uma pistola, atirou em Celso. O pai da vítima disse à Polícia que, ao ver o filho baleado, correu para a aldeia em busca de ajuda, mas Celso não resistiu ao ferimento e morreu no local.

Um funcionário da propriedade rural foi preso pelo crime. Ivonei Gabriel Vieira, de 34 anos, nega a autoria do homicídio. Na casa do suspeito foram encontradas munições, uma espingarda calibre 28, uma camiseta branca com resquícios de sangue e um capacete preto, semelhantes aos usados pelo assassino.

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