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Interior

Índios se comprometem a não invadir outras fazendas em área de conflito

Renata Volpe Haddad | 17/06/2016 12:50
Reunião aconteceu de portas fechadas na manhã de hoje (17) em Dourados.  (Foto: Helio de Freitas)
Reunião aconteceu de portas fechadas na manhã de hoje (17) em Dourados. (Foto: Helio de Freitas)

Índios envolvidos em confronto com fazendeiros nesta semana em Caarapó, 280 km ao sul de Campo Grande, se comprometeram a não invadir outras fazendas além da área onde já estão. O comprometimento partiu do procurador da República Marco Antônio Delfino, após reunião a porta fechada entre ruralistas, o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), na manhã desta sexta-feira (17), em Dourados.

As informações são do presidente interino do Sindicato Rural de Caarapó, Carlos Eduardo Macedo Marquez. "Estivemos com o procurador federal e eles nos disse que os indígenas não vão ocupar outras fazendas de Caarapó".

Conforme o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), os fazendeiros se dizem cansados desses acontecimentos, já que as terras foram compradas por eles há 50 anos. "Se não tiver nenhuma solução, os produtores rurais do Paraná e outros Estados virão para Mato Grosso do Sul apoiar os fazendeiros daqui".

O secretário de Segurança segue para Ponta Porã para se reunir com Ministro da Defesa, Raul Jungmann. A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com o procurador, que informou que divulgará nota sobre a reunião, até a tarde de hoje.

Segundo os guarani-kaiowá, o presidente do Sindicato Rural, Antônio Maran, seria um dos líderes do ataque ocorrido terça-feira (14) de manhã na fazenda Yvu, quando sete índios ficaram feridos e o agente de saúde indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 26, morreu após ser atingido por tiros.

Entenda o caso – O Campo Grande News passou dois dias na área de conflito e ouviu relatos de dezenas de índios sobre o ataque que teria sido praticado por fazendeiros e funcionários na manhã de terça-feira.

Ontem à tarde, o corpo de Clodioudo foi enterrado na fazenda Yvu, no mesmo local onde, segundo os índios, ele caiu ferido. A cerimônia fúnebre durou mais de três horas e foi marcada por protestos por mais segurança na área e pela demarcação do território indígena.

Também houve um momento de tensão, quando um helicóptero sobrevoou a sede da fazenda, a menos de 200 metros do local do enterro, e os índios chegaram a sair correndo com o caixão nos braços, temendo um novo ataque.

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