Secretário e deputado fazem reunião de porta fechada com produtores
José Carlos Barbosa e Zé Teixeira estão reunidos no escritório do secretário em Dourados com proprietários de áreas ocupadas por índios e com o presidente do Sindicato Rural de Caarapó
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, e o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), estão reunidos na manhã desta sexta-feira (17) com proprietários de fazendas invadidas por índios no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande.
A reunião, de porta fechada, ocorre no escritório político de José Carlos Barbosa em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. Além dos políticos, estão presentes sete produtores, donos das áreas ocupadas, e o presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Antonio Maran.
Segundo os guarani-kaiowá, Maran seria um dos líderes do ataque ocorrido terça-feira de manhã na fazenda Yvu, quando sete índios ficaram feridos e o agente de saúde indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 26, morreu após ser atingido por tiros.
Antes de a reunião começar, quando Barbosa se encontrou com os produtores e com Zé Teixeira, ainda na calçada do escritório, localizado na Rua Ciro Melo, área central de Dourados, o deputado mostrou um vídeo que seria de uma investida dos índios contra uma fazenda localizada na área de conflito. O secretário pediu que o deputado lhe repasse o vídeo.
Em seguida todos entraram na sala para a reunião e a reportagem teve autorização apenas para fazer fotos. Depois a porta foi fechada, mas foi possível ouvir as primeiras palavras do relato feito por Zé Teixeira sobre a situação na área e sobre o “clima de terror” criado pelos índios, que até ontem já ocupavam quatro fazendas nos arredores da reserva Tey Kuê, localizada a 10 km do perímetro urbano de Caarapó.
Clima de guerra – O Campo Grande News passou dois dias na área de conflito e ouviu relatos de dezenas de índios sobre o ataque que teria sido praticado por fazendeiros e funcionários na manhã de terça-feira.
Ontem à tarde, o corpo de Clodioudo foi enterrado na fazenda Yvu, no mesmo local onde, segundo os índios, ele caiu ferido. A cerimônia fúnebre durou mais de três horas e foi marcada por protestos por mais segurança na área e pela demarcação do território indígena.
Também houve um momento de tensão, quando um helicóptero sobrevoou a sede da fazenda, a menos de 200 metros do local do enterro, e os índios chegaram a sair correndo com o caixão nos braços, temendo um novo ataque.