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Interior

Irmão de “sucessor de Minotauro” tem prisão decretada no Paraguai

Cristhian Ariel Salinas Benítez é acusado de planejar assassinato do traficante brasileiro “Cachorrão”

Helio de Freitas, de Dourados | 06/06/2023 12:35
Momento da prisão de pistoleiros que planejavam atentado a “Cachorrão”, no dia 13 de maio (Foto: Arquivo)
Momento da prisão de pistoleiros que planejavam atentado a “Cachorrão”, no dia 13 de maio (Foto: Arquivo)

Cristhian Ariel Salinas Benítez, irmão do narcotraficante fronteiriço Ederson Salinas Benítez, o “Ryguasu”, está sendo procurado pela Polícia Nacional do Paraguai por planejar o assassinato de outro traficante da fronteira, o brasileiro Waldemar Pereira Rivas, 41, o “Cachorrão”.

O plano foi descoberto em maio, um dia antes do atentado, que deveria ocorrer durante uma festa retrô em Mariano Roque Alonso, na região metropolitana da capital Asunción.

“Ryguasu” (galinha, em espanhol), foi morto com 34 tiros no estacionamento de supermercado de Asunción, no dia 25 de fevereiro deste ano. Ele tinha sido preso por uso de documento falso em Ponta Porã em 2020 e ficou um tempo na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), mas foi solto pela Justiça e voltou para o Paraguai.

Ederson Salinas era apontado como sucessor do narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o “Minotauro”, no comando do tráfico na linha internacional. “Minotauro” foi preso em fevereiro de 2019 em Balneário Camboriú (SC). “Ryguasu” havia escapado de dois atentados e passou a morar na capital, mas não sobreviveu ao terceiro ataque.

O plano para matar “Cachorrão” foi descoberto pelo serviço de inteligência da polícia paraguaia. Na madrugada do dia 13 de maio, data da festa, dois brasileiros e um paraguaio foram presos em Lambaré, cidade a 10 km de Asunción.

Segundo a Polícia Nacional, os bandidos seriam pistoleiros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). No esconderijo foram presos os brasileiros Alcides Ramão Mendonça Sanches, 36, e Gabriel Pereira Ferreira, 28, além do paraguaio Francisco Brítez Silva, 30. Com eles foram apreendidas pistolas 9 milímetros, carregadores adicionais, munições, roupas táticas e um veículo.

Local onde "Ryguasu" foi executado com 34 tiros, em fevereiro deste ano (Foto: Última Hora)
Local onde "Ryguasu" foi executado com 34 tiros, em fevereiro deste ano (Foto: Última Hora)

Outros procurados – Além de Cristhian Benítez, a polícia paraguaia procura outros quatro suspeitos de participação no plano para assassinar “Cachorrão”. Ontem, a Polícia Nacional e o Ministério Público fizeram buscas em uma casa de alto padrão em Mariano Roque Alonso, mas ninguém foi preso.

Igor Franco Ortiz seria o encarregado do trabalho de inteligência para localizar “Cachorrão”, Ricardo José Bernardo alugou um imóvel usado pela quadrilha, Victor Daniel da Silva é irmão de um dos presos em maio e Ricardo José Bernardo é outro envolvido.

O comissário Abel Cantero, chefe do Departamento de Homicídios da polícia paraguaia, informou que Cristhian Benítez e os outros quatro suspeitos foram identificados através de imagens de câmeras.

A disputa pelo controle do tráfico na fronteira de Pedro Juan Caballero com Ponta Porã seria o principal motivo da sentença de morte de Waldemar Pereira Rivas.

No dia 3 de novembro do ano passado, “Cachorrão” foi absolvido, por falta de provas, da acusação de envolvimento no assassinato de Leo Veras, ocorrido em fevereiro de 2020. Menos de três horas após a decisão do Tribunal de Sentença, Waldemar foi colocado em liberdade.

No mesmo dia, a Corte Suprema de Justiça anunciou que faria auditoria na absolvição, mas “Cachorrão” já tinha sido colocado em liberdade. Um dia após ele ser solto, o mandado de sua prisão para fins de extradição, expedido pela Justiça brasileira, apareceu no sistema da Polícia Nacional.

“Cachorrão” é procurado no Brasil por latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido em 30 de abril de 1998 em Dourados. Em 2008, ele foi extraditado para o Brasil para cumprir a pena e saiu em regime semiaberto em 2012. Entretanto, descumpriu o regime e voltou para Pedro Juan Caballero, onde se associou ao PCC. O padeiro dele é desconhecido.

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