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Interior

Juiz autoriza marido de promotora a usar computador e internet na cadeia

Acusado de ajudar a esconder patrimônio do “Barão das Drogas”, Daniel Montenegro fará própria defesa

Helio de Freitas, de Dourados | 14/07/2023 14:24
Daniel Montenegro quando chegava à sede da Polícia Judicial, para depoimento (Foto: Última Hora)
Daniel Montenegro quando chegava à sede da Polícia Judicial, para depoimento (Foto: Última Hora)

O advogado paraguaio Daniel Montenegro Menezes, 51, poderá ter acesso a computador com internet mesmo dentro da cadeia. A permissão foi dada hoje (14) pelo juiz de Garantias Gustavo Amarilla, para que Montenegro faça a própria defesa.

Marido da promotora de Justiça Katia Uemura Montenegro, o advogado foi preso segunda-feira (10) em Pedro Juan Caballero, no âmbito da Operação Pavo Real, deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) contra a organização criminosa comandada pelo narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, conhecido como “Barão das Drogas”.

Nesta semana, Daniel e outras 40 pessoas foram formalmente denunciadas por fazer parte do mega esquema montado pelo Clã Pavão para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio oriundo do tráfico de cocaína. Na lista estão oito familiares de Jarvis: a mãe, dois filhos, o irmão, a atual esposa, o padrasto, o genro e a ex-cunhada.

Dos 41 investigados, 12 foram presos segunda-feira, entre eles Daniel Montenegro. Oito seguem recolhidos em presídios da capital e três estão em prisão domiciliar.

Nesta sexta-feira, o juiz autorizou o advogado a usar computador com acesso à rede mundial de computadores. A justificativa é que Daniel Montenegro, por fazer a própria defesa, precisa receber notificações sobre prazos e movimentações do processo. Entretanto, pode acessar apenas o sistema da Justiça. Ele está na Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Asunción.

Conforme a Senad e o Ministério Público do Paraguai, Daniel Montenegro tinha total confiança do Clã Pavão para fazer transações a favor da organização criminosa. Incluído na segunda linha hierárquica da investigação, é acusado de atuar como administrador, testa-de-ferro e “laranja” do esquema, além de atuar como representante legal de algumas propriedades.

Na segunda-feira, horas após a prisão de Daniel, a promotora Katia Uemura divulgou nota oficial afirmando desconhecer as denúncias contra seu marido. “Em primeiro lugar, desconheço os fatos atribuídos ao meu cônjuge. Nesse sentido, quaisquer suspeitas que possam existir em relação a ele não têm relação comigo, nem com a linha de trabalho na qual atuo”.

Ontem, a Controladoria Geral da República acionou a Corte Suprema de Justiça do Paraguai para que forneça, em dez dias, informações referentes ao patrimônio da promotora e do marido. Existe suspeita de enriquecimento ilícito do casal.

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