Juiz solta mulheres acusadas de invasão a empresa de reciclagem
As duas mulheres indígenas, de 49 e 67 anos, ganharam liberdade na audiência de custódia; três homens continuam presos
Marcelina Almeida, 67, e Elza Paulo, 49, presas segunda-feira (1º) acusadas de invadir uma empresa de materiais recicláveis em Dourados, a 233 km de Campo Grande, vão aguardar o processo por furto qualificado, associação criminosa, ameaça e resistência em liberdade.
A decisão foi tomada ontem (3) pelo juiz da 2ª Vara Criminal Marcus Vinicius de Oliveira Elias durante audiência de custódia. Israel Saratui de Sousa, 22, Adriel Almeida Aguero, 21, Gilberto Fernandes Ricarte, 26, vão continuar presos.
Moradores da aldeia Bororó, os cinco foram autuados em flagrante pela Polícia Civil acusados de invadir a empresa de materiais recicláveis localizada na margem da Avenida Guaicurus, ao lado da reserva indígena.
O grupo teria quebrado a porta da residência do caseiro de 65 anos e feito ele e a mulher, de 62 anos, de reféns, ameaçando-os de morte.
“Os acusados lançaram fogos de artifício dentro da residência como forma de promover medo às pessoas que lá estavam”, informou a Polícia Militar, que fez as prisões. Outros três índios foram detidos pela PM, mas liberados no mesmo dia.
“Entendo por bem revogar a decisão de prisão preventiva com relação às acusadas Marcelina Almeida e Elza Paulo, concedendo-lhes liberdade provisória sob compromisso de não se aproximar das vítimas, bem como de comparecer a todos os atos do processo sempre que convocadas”, decidiu o juiz. O alvará de soltura foi expedido imediatamente.
O caso – A primeira invasão à empresa ocorreu na madrugada de segunda-feira. Dois índios foram presos acusados de agredir e de manter em cárcere privado o caseiro e a mulher dele.
Por volta de meio-dia, a PM foi novamente chamada porque um grupo de índios tinha voltado a invadir a empresa. Uma equipe foi ao local e prendeu mais seis pessoas.
Um carro VW Polo cinza foi levado do local. Depois que a dupla foi presa na madrugada, um grupo de índios ligou para a delegacia e propôs devolver o veículo pela liberdade dos acusados. O carro estava com o segundo grupo preso e foi apreendido.