Morador de Ponta Porã é preso por ligação a atentado com 2 mortos em festa
Mário Dener Lopes foi localizado neste domingo, em Pedro Juan Caballero; 4 suspeitos já estão presos
Morador de Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande) foi preso neste domingo (6), acusado de envolvimento no ataque com dois mortos e cinco feridos durante festa no dia 30 de janeiro, em San Bernardino, no Paraguai.
Mário Dener Lopes, 27, foi preso junto com o narcotraficante paraguaio Alcides Dejesús Peralta Villasboa, o “Ropero”. Os dois foram localizados em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã.
A força-tarefa do Ministério Público que coordena as investigações ainda não detalhou qual foi a participação de Mário Lopes no ataque, que deixou mortos o traficante Marcos Ignacio Rojas Mora, 29, e a empresária e influenciadora digital famosa no Paraguai Cristina Isabel Vita Aranda Torres, 29. Ela foi vítima colateral do atentado.
Outros dois traficantes com atuação na fronteira ficaram feridos – José Luis Bogado Quevedo, 38, procurado pela Justiça brasileira, e o boliviano Marcelo Eladio Monteggia Díaz, 40. Os dois estão presos no Paraguai e esperam extradição.
Além de Mário Lopes e Alcides Vilasboa, também foram presos neste domingo por suspeita de envolvimento no ataque durante a festa, o suboficial da Polícia Nacional Júnior Michael Peralta Díaz e Anderson González. O policial é primo de Alcides. Os quatro foram levados para a capital Asunción e passam por audiência hoje à tarde.
Segundo os investigadores, o policial teria sido o responsável em levar o pistoleiro até o local da festa. Já Anderson é funcionário de Alcides. A polícia e o MP também não revelaram ainda se ele teve participação no ataque.
Fontes da polícia paraguaia revelaram que Alcides seria o mandante do assassinato de Marcos Rojas Mora, traficante em ascensão na região metropolitana de Asunción. O motivo seria a dívida de 18 quilos de cocaína vendidos por Marcos a Alcides.
Os dois seriam ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), mas teriam feito o negócio “por fora”. Para evitar ser julgado pela organização por não ter pago a dívida, Alcides teria planejado a morte de Marcos.
O ataque - Na noite de 30 de janeiro, as vítimas estavam na Ja’Umina Fest, em San Bernardino, quando pistoleiros começaram a tirar contra o grupo na fila do banheiro. Inicialmente, a polícia paraguaia acreditava que Bogado Quevedo fosse o principal alvo do ataque, mas depois descobriu que o objetivo era Marcos Mora.
Ao dar entrada em hospital particular do Paraguai, Bogado apresentou documento de identidade falso em nome de José Luiz Bogado Gonzalez, emitido pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul.
Outro ferido foi o boliviano Marcelo Eladio Monteggia Díaz, também apontado como narcotraficante da fronteira, segue preso no Paraguai aguardando extradição para seu país, onde responde a processo por assassinato de um policial. Os outros três feridos eram frequentadores da festa e foram atingidos por acidente.