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Interior

Operação combate tráfico de indígenas para atuar em roças de maconha

Adolescentes de aldeias da fronteira são escravizados em lavouras da droga no Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 29/11/2022 11:06
Agentes da PF em local de buscas da Operação Ceuci Mirim, nesta terça-feira (Foto: Divulgação)
Agentes da PF em local de buscas da Operação Ceuci Mirim, nesta terça-feira (Foto: Divulgação)

Organizações criminosas que dominam o narcotráfico na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul estão praticando também tráfico de pessoas.

Indígenas, principalmente adolescentes, são recrutados no lado brasileiro e submetidos a condições semelhantes à escravidão em lavouras de maconha no departamento de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero.

Nesta terça-feira (29), com colaboração da Funai, a Polícia Federal desencadeou a Operação Ceuci Mirim para cumprir oito mandados de busca e apreensão, sendo três no município de Paranhos, dois em Aral Moreira e os demais em Tacuru, Amambai e Antônio João.

Segundo a PF, a organização criminosa atua na fronteira do Brasil com o Paraguai, principalmente na região do Cone Sul de Mato Grosso do Sul. Amambay concentra pelo menos 70% da produção de maconha em território paraguaio.

Viatura da Polícia Federal em área indígena onde buscas foram feitas hoje (Foto: Divulgação)
Viatura da Polícia Federal em área indígena onde buscas foram feitas hoje (Foto: Divulgação)

Os indígenas são recrutados pela quadrilha nas aldeias de Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Amambai, Antônio João, dentre outras da região. As investigações foram feitas de forma conjunta entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Promotoria de Justiça do Paraguai e Polícia Nacional do país vizinho.

Conforme a PF, como os crimes se consumam em território estrangeiro, as buscas feitas hoje têm como finalidade obter provas da prática de tráfico de pessoas, tipificado nos artigos 239 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no artigo 149-A do Código Penal.

Com a apreensão de dispositivos eletrônicos, documentos e outros elementos de prova, a PF espera identificar vítimas, aliciadores e proprietários de lavouras de maconha no Paraguai para onde os indígenas são levados.

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