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Interior

“Paraíso da muamba” cria grupo anticontrabando

Órgãos governamentais prometem se unir para barrar entrada de produtos ilícitos, principalmente alimentos

Helio de Freitas, de Dourados | 29/08/2023 12:14
Produtores de cebola, que pressionam governo paraguaio a frear contrabando do produto (Foto: ABC Color)
Produtores de cebola, que pressionam governo paraguaio a frear contrabando do produto (Foto: ABC Color)

Paraíso sul-americano do contrabando e principal fornecedor de importados que invadem o comércio de cidades brasileiras, o Paraguai promete endurecer a fiscalização para barrar entrada de produtos ilegais naquele país, principalmente alimentos e combustíveis.

Nesta terça-feira (29), em resposta a protesto de produtores nacionais de cebola, o governo do recém empossado presidente Santiago Peña anunciou plano anticontrabando para atacar “grandes esquemas”. Autoridades do governo se reuniram na capital Asunción para começar a traçar o plano mediante cooperação entre instituições do Estado paraguaio.

Óscar Orué, diretor do Departamento de Ingresos Tributários, disse que a intenção é fazer ações coordenadas para desmontar redes criminosas que abastecem o mercado paraguaio com produtos levados de outros países, principalmente Brasil e Argentina. “A tarefa não será fácil e não será simples, mas queremos atacar os grandes esquemas que contam com estrutura bem organizada”, afirmou.

A primeira ação concreta da força-tarefa foi operação, hoje de manhã, para coibir o contrabando de cebolas. Ontem, produtores bloquearam a estrada entre as cidades de Paraguarí e Villarrica. Segundo eles, o setor tem atualmente 100 milhões de sacos de cebola apodrecendo porque não consegue concorrer com o preço do produto contrabandeado.

A preocupação do atual governo com o contrabando que prejudica a economia do país contrasta com o descaso que o Paraguai tem adotado em relação a seus produtos levados ilegalmente para Nações vizinhas.

Estimativas feitas por organismos internacionais revelam que a produção de cigarro do Paraguai é três vezes superior ao consumo interno. Pelo menos 70% é destinada ao contrabando, principalmente ao Brasil, onde a introdução do cigarro paraguaio é ilegal. As cargas entram principalmente pela fronteira com Mato Grosso do Sul.

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