Prefeitura chama, mas moradores querem secretário em local de protesto
Capitão da aldeia Jaguapiru afirmou que pelo menos 140 universitários estão sem transporte há um mês
Moradores da reserva indígena de Dourados, a 233 km de Campo Grande, recusaram convite da prefeita Délia Razuk (PTB) para uma negociação na sede da prefeitura e cobram a presença de representantes do município no protesto que acontece nesta terça-feira (1º) na MS-156. A rodovia entre Dourados e Itaporã está bloqueada há duas horas.
Eles cobram a retomada do transporte de pelo menos 140 universitários que moram nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Há um mês o serviço foi suspenso pela prefeitura e os acadêmicos estão perdendo aula.
“O secretário de Educação [Upiran Jorge Gonçalves] ligou e chamou para a gente ir à prefeitura conversar, mas não vamos, queremos eles aqui para conversar com a comunidade no local do protesto”, afirmou ao Campo Grande News o capitão da Aldeia Jaguapiru, Isael Morales, o Neco.
Ele afirmou que se a prefeita não mandar representantes para negociar com os moradores o bloqueio vai continuar. “Até agora a gente tava fechando e liberando, mas vamos fechar totalmente a rodovia”, afirmou o líder indígena.
Através da assessoria de imprensa, a prefeitura informou que não tem obrigação de transportar universitários, pois o dinheiro que vem do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) é para a educação básica.
A prefeitura contesta a lei municipal 3.870, em vigor desde fevereiro de 2015, que autoriza o município a transportar estudantes da zona rural e dos distritos, matriculados no ensino superior e escolas técnicas. De acordo com a assessoria, o secretário de Educação disse que a lei é inconstitucional.