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"Preso" com vista para o mar, doleiro dá perdido e audiência em MS é cancelada

Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" deveria comparecer a audiência em MS, em processo por danos morais

Silvia Frias | 19/08/2021 09:25
Documento usado pelo "doleiro dos doleiros", Dario Messer, com dados de morador de MS. (Foto: Reprodução)
Documento usado pelo "doleiro dos doleiros", Dario Messer, com dados de morador de MS. (Foto: Reprodução)

Mesmo cumprindo prisão domiciliar em prédio no Leblon, no Rio de Janeiro, Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, não foi localizado para ser citado de audiência de processo por danos morais movido por pecuarista de Mato Grosso do Sul. A conciliação, que seria realizada hoje, acabou sendo adiada.

Messer está sendo processado por ter usado RG falso, com os dados do pecuarista Marcelo de Freitas Batalha, enquanto esteve foragido, sendo procurado pela Polícia Federal. Batalha mora em Chapadão do Sul, e descobriu pela imprensa, o uso indevido do documento. O pedido de indenização é de R$ 500 mil.

“Não esperava por isso, ele está cumprindo prisão domiciliar, estranho recusar intimação da Justiça”, lamentou o advogado José Ricardo de Assis Perina, que representa o pecuarista.

Por três vezes, aviso foi devolvido aos Correios. (Foto: Divulgação)
Por três vezes, aviso foi devolvido aos Correios. (Foto: Divulgação)

O AR (Aviso de Recebimento) da carta precatória, informando da audiência de conciliação foi enviado via Correios. No documento, consta que foram feitas três tentativas de entrega em junho, sendo frustradas. O motivo da devolução não consta no papel.

O estranhamento é que Dario Messer cumpre prisão domiciliar desde março de 2020, em decisão concedida pelo juiz da 7ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. No dia 4 de agosto deste ano, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) validou a medida, depois de ter sido questionada pelo MPF (Ministério Público Federal).

No processo de Mato Grosso do Sul, consta que Dario Messer está cumprindo prisão domicilicar em prédio na Avenida Delfim Neto, no Leblon, de frente para a praia.

Em nota divulgada ao Estadão, a defesa de Messer afirmou que a decisão do STJ “denova visão humanista da atual situação carcerária”, já que Messer tem 61 anos, hipertensão e lesões compatíveis com câncer de pele, sendo do grupo de risco da covid-19.

Perina explica que o caminho, agora, é a citação por meio de oficial de Justiça. “É uma medida mais segura, que pode certificar se ele se recusar a receber”, disse o advogado. A nova data de audiência ainda não foi marcada pela 2ª Vara Cível de Chapadão do Sul.

No processo de MS, consta que Messer cumpre prisão domilicar em apartamento no Leblon. (Foto: Reprodução)
No processo de MS, consta que Messer cumpre prisão domilicar em apartamento no Leblon. (Foto: Reprodução)

Messer – O “doleiro dos doleiros” é acusado pelo MPF de ter recebido dólares no exterior pela venda ilegal de pedras preciosas e semipreciosas, além de manter contabilidade paralela à oficial. Na fuga, passou por Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, tendo recebido ajuda de empresários da região. Em junho, o brasileiro Roque Fabiano Silveira foi denunciado pelo Ministério Público do Paraguai, acusado de esconder por um ano, o doleiro.

No dia 17 de agosto, Messer foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, no processo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato, pelo crime de lavagem de dinheiro.

Na sentença, o juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, não permitiu que Messer recorra em liberdade e determinou a expedição de mandado de prisão, após a pandemia da covid-19.

A operação Marakata foi realizada em setembro de 2018, e prendeu 5 pessoas de forma preventiva. Segundo as investigações, a empresa Comércio de Pedras O. S. Ledo usou os serviços de Messer para enviar ilegalmente US$ 44 milhões de dólares ao exterior, entre 2011 e 2017.

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