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Interior

Sem-terra querem fazer reforma agrária em propriedade de Bumlai

Duzentos trabalhadores do MSTB acamparam em frente à Usina São Fernando; protesto faz parte do movimento “Carnaval Vermelho”

Helio de Freitas, de Dourados | 06/03/2017 10:14
Sem-terra acampados em frente à Usina São Fernando (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)
Sem-terra acampados em frente à Usina São Fernando (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)

Os trabalhadores que estão acampados em frente à Usina São Fernando, em Dourados, a 233 km de Campo Grande, querem que o governo federal desaproprie uma das fazendas da família Bumlai para assentar famílias sem-terra.

A fazenda São Marcos, localizada na margem da BR-463, na saída para Ponta Porã, é usada para plantio de cana usada pela usina para produção de açúcar e álcool. A propriedade está ocupada pelos sem-terra desde o ano passado.

“Somos trabalhadores rurais, mas não temos terra para produzir. Será muito importante para Dourados ter um assentamento rural na entrada da cidade, produzindo alimentos”, afirmou o líder do MSTB (Movimento Sem-Terra do Brasil).

Segundo ele, o protesto em frente à usina não tem data para ser encerrado. “Estamos aqui hoje como parte do ‘Carnaval Vermelho’, que acontece em 11 estados brasileiros para cobrar providências do governo federal”, afirmou Douglas.

O movimento cobra a reativação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), que foi incorporado à Casa Civil assim que Michel Temer assumiu a vaga de Dilma Rousseff, antes mesmo do impeachment da presidente petista.

Portaria – Outra reivindicação dos sem-terra é o cumprimento da portaria 04, que regulamenta a desapropriação para reforma agrária de terras cujos devedores tenham divisas superiores a R$ 50 milhões com o governo federal.

“A família Bumlai, que é dona da Usina São Fernando e da Fazenda São Marcos, deve pelo menos R$ 1,5 bilhão em empréstimos fraudulentos que o senhor José Carlos Bumlai fez e não pagou. Então, essa fazenda tem que ser destinada para a reforma agrária”, afirmou Douglas Elias.

Segundo o líder sem-terra, as famílias vão continuar em frente à usina até a chegada do superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Humberto César Mota Maciel.

Polícia no local – Equipes da Polícia Militar e do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) estão no local do protesto. Um oficial da PM pediu aos sem-terra que não invadam a usina para evitar acidentes, já que o local possui grande quantidade de produtos químicos e combustíveis.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que são pelo menos cem trabalhadores rurais no local. O MSTB informou que são 200 manifestantes. Os funcionários da usina estão trabalhando normalmente.

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