Suspeito de assassinar pecuarista é preso em casa de reabilitação de Dourados
Pedro Benhur foi preso por volta das 14h de hoje, na zona rural da cidade
Quatro dias após o crime, foi preso nesta segunda-feira (1°), em Dourados, Pedro Benhur Ciardulo, de 21 anos. Ele é o principal suspeito do assassinato da pecuarista Andreia Aquino Flores, 38 anos, ocorrido na última quinta-feira (27), em Campo Grande. O rapaz foi encontrado na comunidade Ouro Fino, que fica na saída para a cidade de Caarapó, a cerca de 251 quilômetros da Capital.
Por volta das 14h, equipe do SIG (Setor de Investigações Gerais), encontrou Ben-Hur em uma casa de reabilitação para usuários de drogas. Quando os policiais chegaram ao local, ele começou a chorar e falar palavras desconexas. Policias da Derf (Delegacia Especializada no Combate a Roubos e Furtos) de Campo Grande devem chegar ainda nesta tarde a Dourados para ouvir o suspeito.
O rapaz é cunhado de Lucimara Rosa Neves, de 43 anos, espécie de governanta da casa de Andreia e que, junto com a filha Jéssica Neves Antunes, de 24 anos, confessou ter tramado assalto que acabou provocando a morte de Andreia. Ela deu detalhes de como o crime foi planejado e executado na casa da pecuarista, em condomínio, no Bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.
As duas mulheres foram presas em flagrante no mesmo dia do crime, mas Pedro estava foragido. Ele foi apontado como o responsável por matar a pecuarista, asfixiada.
O plano – A ideia de simular o roubo surgiu há 15 dias, explicou Lucimara, quando a irmã de Andreia lhe propôs pagamento de R$ 50 mil para que convencesse a patroa a assinar um documento, “usando os meios que quisesse”. As irmãs tinham uma briga relacionada a cabeças de gado.
Segundo a governanta, a irmã da patroa, contudo, não sabia detalhes do plano. A intenção, alega Lucimara, era lucrar algum dinheiro com o assalto e depois, fazer Andreia acreditar que a irmã havia enviado o criminoso como uma ameaça de morte.
Cronologia – Lucimara conta que chegou à casa da patroa, em condomínio luxuoso por volta das 6h40. Narrou à polícia que encontrou Andreia ainda acordada, fazendo uso de bebidas alcoólicas. Jéssica afirma que chegou às 7h.
As duas trabalharam normalmente. Ela disse que limpou a casa, recolheu garrafas de bebida, lavou a calçada, passou roupas e depois disso, chamou sua filha Jessica para ir às compras, em atacadista na Rua Marquês de Lavradio.
A nota fiscal do supermercado mostra que as duas terminaram de passar os produtos no caixa, às 10h16. Pelos itens, as empregadas desembolsaram R$ 786,69 pagos no cartão de uma delas depois que a patroa havia feito Pix de R$ 1 mil. Conforme o plano, foi no estacionamento que Pedro se juntou às duas.
Do mercado, o trio passou em loja de utilidades, na Avenida Ministro José Arinos, para comprar a arma de brinquedo que seria usada na encenação. Depois, passaram em um posto de combustíveis para comprar cigarros e seguiram para o condomínio.
Na casa de Andreia, segundo as duas depoentes, primeiro entraram Pedro e Jéssica, fingindo estar refém. Ainda de acordo com os depoimentos, a vítima resistiu à investida do assaltante para amordaçá-la. Ela se debatia e ele apertava um pano contra o rosto dela, até que Andreia desfaleceu.
Só depois, o corpo de Andreia foi levado para o andar de cima da casa. Lucimara relatou que jogou água na tentativa de acordar a patroa, mas foi em vão. Ela levou o assassino até a casa dele, no Tiradentes, voltou para a residência da patroa e junto com a filha, pediu ajuda a um vizinho.