Ouvidor da Funai faz pedido para PF investigar ONGs e índios em MS
Investigar indígenas e ONGs (Organizações não governamentais) que estariam cooptando para conflitos mulheres, crianças e idosos em Mato Grosso do Sul. Esse foi o pedido feito pelo ouvidor da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Brasília (DF), Marcelo Augusto Xavier da Silva.
O pedido de "providências persecutórias" foi feito por escrito à PF (Polícia Federal) por Marcelo, que também é delegado da PF. As informações foram publicadas nesta quinta-feira (23) pelo jornal Folha de São Paulo.
Conforme o texto, o ouvidor também pediu ao comando-geral da PM (Polícia Militar) sul-mato-grossense para realizar fiscalização ostensiva em regiões onde índios da etnia guarani-kaiowá reivindicam posse de terras em propriedades rurais, impedindo então a entrada deles nestas fazendas.
A Folha ainda informa que o pedido foi realizado em 27 de setembro, após o ouvidor verificar a possibilidade de ocorrer com conflito fundiário em ocupação da fazenda Santa Maria, em Caarapó.
Ele afirma que mulheres, crianças e idosos são arregimentados por ONGs para aumentar o contingente de pessoas nas ocupações, além de levar aos locais ocupados um estado de vulnerabilidade.
O ofício enviado à PF foi uma resposta à comunicação enviada pelo coordenador regional da Funai em Dourados. Um mês antes de enviar o ofício, Marcelo trabalhou como assessor da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Funai e do Incra, que pediu o indiciamento de antropólogos, indigenistas e procuradores da República.
Em resposta à situação exposta na matéria, o presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, afirmou não ter conhecimento do ofício e que ele não reflete a posição do órgão. Ele prometeu também analisar e anular o documento, além de afirmar que não é papel do ouvidor acionar a polícia, e sim receber as demandas dos indígenas para que sejam solucionadas.