Psiquiatras têm 10 dias para entregar laudo sobre agressor de Bolsonaro
A defesa de Adélio Bispo espera por uma decisão da Justiça para janeiro
Psiquiatras que examinaram Adélio Bispo, preso desde o dia 6 de setembro por esfaquear o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), têm 10 dias para entregar laudo que avalia a saúde mental dele. Enquanto isso o processo contra o agressor segue suspenso.
A defesa de Adélio espera por uma decisão da Justiça para janeiro. “O juiz instaurou o incidente de insanidade [mental], agora os médicos têm 10 dias para apresentar o laudo e o juiz vai facultar o acesso à Procuradoria e à defesa. Provavelmente, vão tentar impugná-lo, mas o juiz acaba homologando. Até o começo de janeiro, a gente espera que tenha uma decisão”, explicou o advogado Zanone Júnior ao Campo Grande News sobre o trâmite.
Nesta segunda-feira (4), os psiquiatras nomeados pela Justiça para fazer perícia passaram cerca de 3 horas no Presídio Federal de Campo Grande conversando com Adélio. O laudo psiquiátrico será assinado por dois médicos da Capital, Fernando Câmara Ferreira e Maria Teodorowic.
Fernando conversou com o Campo Grande News, mas informou que não pode dar detalhes do trabalho. Disse apenas que o exame será baseado numa entrevista que começou por volta das 9h15 e terminou faltando 15 minutos para o meio-dia (no horário local).
A Justiça de Minas Gerais autorizou o novo laudo sobre a saúde mental de Adélio Bispo, depois que, no dia 21 de setembro, médico psiquiatria forense Hewdy Lobo Ribeiro, contratado pela defesa, constatou que o suspeito sofre de transtorno delirante grave.
O agressor de Bolsonaro pode ser considerado inimputável se constata doença psiquiátrica.
Zanone Júnior afirma que o cliente está se alimentando e bem de saúde. Preso há 90 dias, Adélio não recebeu visitar da família, que mora na região de Governador Valadares, segundo o advogado.
Entenda - Em 6 de setembro, Bolsonaro participava de um ato de campanha em Juiz de Fora e levou uma facada na região abdominal.
Primeiro, o então candidato a presidente foi submetido a uma cirurgia na Santa Casa da cidade e, depois foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ao todo, Bolsonaro ficou internado por 23 dias. Ele deve ser submetido a outra cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia em janeiro.