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Cidades

Seis dias depois de operação, Polaco se apresenta na PF em Brasília

Corretor de gado deve cumprir os cinco dias de prisão temporária na capital federal

Geisy Garnes e Anahi Zurutuza | 17/09/2018 16:53
Movimentação em frente à Polícia Federal de Campo Grande no dia da operação (Foto: Marina Pacheco)
Movimentação em frente à Polícia Federal de Campo Grande no dia da operação (Foto: Marina Pacheco)

O corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”, se apresentou nesta tarde na na sede da Polícia Federal de Brasília - a 1.045 quilômetros de Campo Grande. Ele era considerado foragido desde quarta-feira, dia 12 de setembro, quando foi deflagrada a Operação Vostok, que investiga esquema de concessão de créditos irregulares de imposto à empresa JBS.

“Polaco” era um dos 14 alvos da operação que tiveram a prisão temporária decretada pela justiça. Todos os outros 13 envolvidos já cumpriram os cinco dias de detenção e foram liberados. Segundo o advogado José Roberto da Rosa, o corretor de gados não se apresentou na quarta-feira passada porque estava fora do Estado.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, “Polaco” chegou a Polícia Federal às 16 horas, no horário de Mato Grosso do Sul, e deve prestar depoimento ainda hoje. A reportagem tentou contato com o advogado do suspeito, mas o celular estava desligado.

Os cinco dias da prisão temporária devem ser cumpridos em Brasília, já que as investigações foram feitas pela força-tarefa da capital federal.

Vostok - A operação é relativa ao inquérito que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre as denúncias da J&F, controladora da JBS, de troca de incentivos fiscais por propinas em Mato Grosso do Sul.

Na planilha entregue na delação à operação Lava Jato, Wesley e Joesley Batista relataram que o modelo de pagamento por meio de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) surgiu ainda na gestão de Zeca do PT, foi mantida por André Puccinelli (MDB) e prosseguiu com Reinaldo Azambuja (PSDB).

Os delatores indicaram pagamentos por meio de notas frias ao atual governador, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos. As notas do frigorífico Buriti foram emitidas entre 10 de março e 15 de julho de 2015, totalizando R$ 12.903.691,06.

Outros R$ 15.497.109,40 foram fornecidos por meio de notas falsas. Os emissores foram o pecuarista Elvio Rodrigues (R$ 7,6 milhões), Rubens Massahiro Matsuda (R$ 383 mil), Agropecuária Duas Irmãs Ltda (R$ 886 mil), o deputado estadual José Roberto Teixeira (R$ 1,6 milhão), Miltro Rodrigues Pereira (R$ 1 milhão).

Além de Zelito Alves Ribeiro (R$ 1,7 milhão), o ex-deputado estadual Osvane Aparecido Ramos (R$ 847 mil), Francisco Carlos Freire de Oliveira (R$ 583 mil), o ex-prefeito Nelson Cintra Ribeiro (R$ 296 mil); e o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Márcio Monteiro (R$ 333 mil).

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