Arrume-se comigo para o trabalho
Não existe certo ou errado quando falamos de imagem, existe aquilo que funciona para os seus objetivos
A maneira como nos vestimos causa uma sensação nas pessoas com as quais convivemos (e em nós mesmos). Por isso, quando escolhemos cada peça da nossa vestimenta, devemos pensar em nosso objetivo para aquele dia, para aquela reunião, para o encontro com aquele cliente. É preciso que esta escolha seja consciente para que você consiga causar o impacto que deseja.
Mesmo para quem trabalha de uniforme, existem diversas possibilidades: a maneira como penteia o cabelo, o sapato que decide usar, os acessórios que insere na produção, no caso das mulheres, a cor que pinta as unhas – ou não, enfim, eu sempre repito aqui: tudo comunica!
Para mim, que trabalho atendendo pessoas – e as pessoas são muito diversas, na maneira de pensar e no modo de agir – é importante criar o mínimo de resistência possível com a minha aparência, principalmente no primeiro encontro. E atender às expectativas do que as pessoas esperam de uma consultora de imagem. O mesmo vale para advogado, dentista, psicólogo, qualquer profissão.
Para isso, evito acessórios e roupas extravagantes demais, maquiagem pesada, e peças que possam criar uma interpretação errada ao meu respeito, como roupas muito justas ou decotadas, amassadas, desgastadas ou rasgadas. Veja bem, também penso no meu comportamento e na minha comunicação em cada interação, mas hoje estou falando apenas do aspecto visual.
Eu procuro evitar estas peças extravagantes porque senão o foco deixa de ser a mensagem e passa a ser os outros elementos da minha imagem. O meu objetivo é que as pessoas prestem mais atenção ao que estou explicando na consultoria, ao conteúdo da minha fala, do que na minha vestimenta.
Se você está desarrumado demais para o ambiente e em relação aos colegas de trabalho, isso pode ser interpretado como desleixo, e falta de vontade de estar lá, e se estiver arrumado demais, destoando do ambiente, sua aparência pode estar comunicando superioridade. É preciso estar sempre muito atento à adequação do ambiente: horário, local, público que atende.
Outro ponto indiscutível para mim, quando estou me arrumando para trabalhar, é a escolha de peças confortáveis. Opto por uma calça que não me aperte, uma blusa que não preciso ficar arrumando, um brinco que não pese na minha orelha, e um salto que eu consiga passar horas sem que meu pé fique doendo. O desconforto transparece, e tira o foco do que é importante, ou seja, da execução do meu trabalho.
E mais um ponto: procuro repetir elementos que já fazem parte da minha “marca registrada”, da minha personalidade, para não haver uma quebra de expectativa e ajudar as pessoas com quem tive contato virtual (Instagram/WhatsApp) a me identificar. Eu sempre uso meu cabelo partido ao meio, por exemplo, e na maioria das vezes preso. É muito mais fácil a gente se conectar com o que é conhecido. Imagine que você converse com uma pessoa no WhatsApp que tenha uma determinada foto e fale de uma determinada maneira e, quando vai conhecê-la pessoalmente, encontra alguém diferente daquela foto e que se comporte de outra maneira. Isso geraria uma resistência sua com relação àquela pessoa, não é mesmo?
Não existe certo ou errado, existe aquilo que funciona para os seus objetivos. Agora as perguntas mais importantes: o que você quer comunicar através da sua imagem? Você está se vestindo com esta intenção?
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.