A Guerra do bolinho: qual a origem do falafel?
Não há perspectiva de paz duradoura em Israel e na Palestina. A história recente nos mostra que os dois povos apenas tomam um fôlego, antes de iniciar novos combates. Para quem conhece a região, sabe que não há conhecimento humano onde eles não digladiem. A nova luta está sendo travada não só com armas e munições, chegou às panelas e fogões. Israel e Palestina passaram a disputar quem criou o falafel, um ótimo bolinho de grão-de-bico.
Coptas do Egito?
A maior comunidade cristã do Oriente Médio é a dos coptas, uma das vertentes do cristianismo que se instaurou no Egito. O melhor livro sobre a cozinha do Oriente Médio que conheço é o “The New Book of Middle Eastern Food". Afirma que o falafel foi criado por esses cristãos do Egito. Conta que na época da Quaresma, quando o cristianismo proíbe o consumo de carne, as famílias coptas produziam grandes quantidades de “ta’amia”para comer. Em Alexandria, a maior cidade egípcia depois do Cairo, essa “ta‘amia” era chamada falafel. De Alexandria, esse bolinho conquistou o mundo. Mas também há outras fontes que creditam o falafel aos faraós mais antigos. Teria, assim, mais de três mil anos, ao invés dos dois mil anos da origem copta.
Judeus do Iêmen?
O falafel é um dos pratos mais apreciados em Israel. Por lá, há inúmeros restaurantes que vendem exclusivamente essa iguaria. Conforme os israelenses, os pioneiros a cozinharem o falafel teriam sido os judeus do Iêmen, que chegaram na Palestina no começo do século XX, antes da fundação do Estado de Israel em 1.948. Era vendido em barracas de rua em uma versão bem picante.
Prato exclusivo do Líbano?
A Guerra do Bolinho tem uma terceira trincheira. Conforme as entidades culturais do Líbano, a propriedade cultural do bolinho de grão-de-bico é exclusiva do povo libanês. E vão além, garantem que o Líbano é o único país que tem o direito de preparar o falafel. Há outras versões. Outros estudiosos também apontam o nascimento do falafel na Síria e na Palestina. Não há uma conclusão, tal como a guerra de balas e canhões.