Eleições modorrentas: esperando o 2º turno chegar
A história das eleições no Brasil começa antes da chegada dos reis. Os chamados “homens bons” (uma ideia muito antiga que qualificava gente rica) elegiam as autoridades municipais através do voto. Podemos dizer, com certa liberdade, que a verdadeira democracia brasileira é a praticada nos municípios. Elas quase sempre são verdadeiras batalhas emocionais. Não são raras as agressões verbais ou físicas, se aproximam muito de um vale-tudo. Muitas vezes apertam o famoso botão do “fod..-se”. Estão em jogo os maiores interesses da população. Em Campo Grande, assistimos uma inversão desses fatos costumeiros: as eleições de 2024 são modorrentas, não há paixão. Apenas um desfilar monótono dos candidatos.
O segundo turno está decidido?
Desde a invenção das pesquisas eleitorais, há mais de cem anos, na Inglaterra, passamos a ter um pretenso método científico para averiguar como anda a vontade popular. Elas vem colocando Beto Pereira e Rose Modesto no segundo turno. Mas, as pesquisas falham e são, muitas vezes, manipuladas. O que vale mesmo é algo não mensurável: o clima nas ruas. Esse termômetro, não numérico, vem corroborando os números das pesquisas. Não encontro quem duvide que Beto e Rose se confrontarão no turno decisivo, nem mesmo entre eleitores de Adriane e de Camila.
Rose, de braços dados com a esquerda.
O quadro ideológico esta demarcado. O PT estará ao lado de Rose no segundo turno. Vander Loubet, o quadro mais importante do petismo estadual já desembarcou, de malas e sacolas, nessa candidatura. Não resta dúvida que a candidata oficial do petismo, Camila Jara, é apenas uma puxadora de votos para os candidatos a vereador. Quase todos escondendo a ligação com ela em suas propagandas, como se tivessem vergonha. Ressalte-se, que não há motivo para tamanho desrespeito. O petismo, mais que qualquer outra corrente política não vê a hora de pular para a candidata Rose. Estão inebriados de paixão. Ouvi de um petista histórico uma frase que encerra qualquer debate: “Se Lula cometesse o desatino de ficar uma semana em C.Grande, não conseguiria levar Camila para o segundo turno, estamos aguardando o momento de apoiar a Rose”. O futuro também é presente.
Beto terá o apoio da senadora Tereza Cristina?
No arco da direita, as dúvidas são quase inexistentes. Poucos ainda duvidam que a senadora Tereza Cristina estará com o Beto no segundo turno. A explicação tem dois braços: Beto conta com o apoio de toda a direita local e a senadora conserva laços de parentesco longínquo e longo trajeto de amizade com o governador Riedel. Apostar que Tereza estará com Rose no turno decisivo é clamar aos céus pelo erro. Se a senadora tem o futuro praticamente definido, restam algumas poucas dúvidas quanto ao futuro da atual prefeita. Adriane dificilmente estará com Rose. A palavra chave é “dificilmente”, não dá para cravar, não existe convicção. O fator decisivo para esse apoio, de novo, está nas mãos do atual governador. Riedel mantém bom relacionamento com a prefeita e com seu marido. A tendência para o segundo turno é a mesma atual: esquerda com Rose e direita com Beto. Esperando o segundo turno chegar…. com uma surpresa: Bolsonaro e Lula não repassam votos em eleições municipais.