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Em Pauta

Indígenas em Albuquerque: entra o capitão, sai o peladão

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 04/09/2024 07:00
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A organização da aldeia de kinikinaos, hoje chamados terenas, de Albuquerque começou com dois freis capuchinhos italianos. Mariano Bagnaia, o famoso Frei Mariano, era o líder. A aldeia era uma das maiores do Mato Grosso do Sul, contava com 1010 indígenas. Uma das mais importantes funções desse aldeamento era de levar meninos à escola. Era diminuta, contava com tão somente 24 meninos. Além de só ter um professor, outros meninos não tinham acesso a ela por não terem roupa, eram pelados. Dessa escola, saiam alfaiates e carpinteiros. Anos depois, conseguiram levar uma mulher idosa para ensinar corte e costura para as meninas, não consta que elas tenham aprendido a ler e a escrever, como os meninos. Provavelmente, era o “maior e mais moderno” centro de educação indígena do nosso Estado.


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Formação militar.

Se a escola não formava muitos letrados, a organização militar dos indígenas era muitas vezes maior. A Companhia de Guardas Nacionais tinha 82 rapazes e a Companhia de Pedestres contava com outros 32 membros. A ideia era não só “civilizá-los”, mas defender a fronteira contra os guaranis, seus inimigos desde tempos imemoriais.


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O capitão era o chefão.

Em determinados momentos, o trato aos índios era por meio da brandura para levá-los à “civilização”, mas havia momentos em que alguma rebelião estourava. A alternativa encontrada foi a de instituir a figura do chefão da aldeia, dando-lhe uma patente militar, passaram a nomear o “capitão”. Mas, mesmo com essa novidade, uma tentativa de organização militar para os terenas, muitas vezes a rebelião surgia exatamente pela escolha de algum capitão que não contava com o apoio de grande parte dos indígenas. Mas essa politica de dar patente militar a indígenas perdurou. Ao contrário do que muitos imaginam, a figura do “capitão indígena”não surgiu após a guerra contra os guaranis de Solano Lopez, teve inicio algum tempo antes, por volta de 1.850.

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