Maluquice politica é hereditária? A louca historia do avô de Jânio
Jânio Quadros nasceu em Miranda. Com um mês de idade, sua família o trouxe para C.Grande, onde viveram por pouco tempo. Depois de passar por Curitiba, fixaram-se em S.Paulo, onde o mirandense construiu sua amalucada carreira politica. Terminou seu curto mandato presidencial como um dos mais loucos presidentes do Brasil. Um dos mais loucos, tivemos vários. Jânio era neto de Rufo Silvano da Silva que, tal como o neto famoso, teve uma carreira politica meteórica e desastrada. É essa figura “escondida“ que descortinaremos.
Rufo e Jango defendem a Pátria.
Rufo Silvano da Silva era o ajudante de ordem de Jango Mascarenhas. Tal como o chefe (e o neto), Rufo era, inicialmente, tido como homem probo e valente. Ainda bem jovens, foram escolhidos como os chefes das batalhas travadas em Mato Grosso do Sul, contra as tropas do rebelde Antônio Maria Coelho, um golpista ainda hoje idolatrado em Corumbá. Antônio Maria Coelho desejava tomar o poder pelas armas. Indispunha-se com o presidente da República Floriano Peixoto (que fora governador do Mato Grosso e tivera um filho em Cuiabá, conhecia bem esta região). O revoltoso derramou muito sangue em Miranda e Nioaque. Após algumas batalhas, Jango Mascarenhas, acompanhado sempre por Rufo, contando apenas com 783 homens, venceram. E foram cuidar de suas vidas. Acabava, assim, o golpismo de Antônio Maria Coelho.
Muda a politica, mudam os políticos.
Outros chefes regionais - apelidados de “coronéis”- foram sendo criados e amparados pelos que dirigiam a politica estadual. Formou-se uma maioria contrária à fama de Jango e Rufo. Acossados por várias derrotas politicas, a dupla decidiu-se pela reação armada como única solução para sua sobrevivência politica. E foram vencidos. Refugiaram-se, pobres, em Assunção, no Paraguai, onde criaram um pequeno jornal. Enquanto foragidos, os novos políticos trataram de aliciar os homens que acompanharam Jango e Rufo.
Mercenários, soldados do saque.
Desesperados, pobres, traídos… em um delírio, arregimentaram mercenários paraguaios e argentinos. Não dispunham de dinheiro para pagá-los, propuseram a esses soldados o saque desenfreado quando atacassem as fazendas e cidades do Mato Grosso do Sul. E assim agiram. Transposta a fronteira, incendiaram fazendas, saquearam casas, maltrataram famílias, atiraram pelas costas em fugitivos, enfim, praticaram todos os atos capazes de gerar pânico nas populações. Mas a reação viria. Organizaram uma grande tropa para combatê-los. Foram encurralados. Todos fugiram ou morreram. Jango levou um tiro na cabeça, Rufo conseguiu fugir e passou o resto da vida escondido em uma fazenda de um simpatizante de Jango. Maluquice politica é hereditária?