Na felicidade da pandemia um fator chave é a paciência
Ultra-higiênicos e superconectados. Dois tópicos fundamentais na vida pandêmica. Algumas regras de vida serão mantidas, mesmo depois das vacinas. É difícil vislumbrar o futuro da política ou da economia, mas é fácil perceber que algumas das atuais normas da sociedade vieram para ficar.
A higiene é o novo credo.
Não sairemos mais de casa sem a companhia de um vidrinho de álcool ou de um máscara. Ante qualquer sintoma de resfriado ou no inverno, as mascaras voltarão a ocupar as ruas das cidades. Deixamos de entender como normal ou apreciável as multidões sem que todos estejam com o rosto coberto. Na história da humanidade, o aprendizado e a consolidação de novos hábito de higiene sempre foram resultados de experiências de enfermidade e morte. Só deixamos de cuspir nas calçadas depois dos protocolos de combate à tuberculose. Não aceitaremos estar em lugares mal arejados e com muita afluência de pessoas.
Ultimo desafio: sempre pedir, mas não brigar pelas máscaras.
As inúmeras brigas entre vizinhos, as broncas naqueles que descumprem as normas higiênicas, serão mantidas na nova vida, mesmo depois dessa pandemia. Passaremos a nos perguntar: outras virão? Em uma epidemia a noção de risco para a saúde está ligada, inicialmente, a comportamentos individuais. Logo mais, esses comportamentos tornam-se coletivos. Assim sucedeu com todas as grandes epidemias. A peste negra fez as populações entenderem que devem fechar as cidades e passar a viver no campo. Civismo e solidariedade. Medo e ansiedade. Nem as gerações das crianças da pandemia esquecerão. Paciência. Um dos fatores chave na felicidade pandêmica é a paciência.