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Em Pauta

No principio era a comida. Como era gostosa aquela mariposa

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 28/09/2024 07:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Adoramos algumas comidas, outras são repugnantes. Temos de estar nas bordas da inanição para considerar a possibilidade de caçar uma mariposa voando e metê-la na boca enquanto agita suas asinhas polvorentas. Ou talvez um beija-flor assado em um palito. Mastigado inteiro. Que tal um monte de gafanhotos fritos com limão. Quem decide o que é delicioso e aquilo que é nauseabundo? Saibam que as “refeições” que acabo de sugerir eram comuns entre nossos indígenas, gordos e relaxados, sem praticar a agricultura e a pecuária de vaca. Ainda que digam que no principio era o verbo, a fala, a comunicação; em verdade, no principio era a comida… e o sexo.


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Eles não passavam fome… comiam insetos.

Trituramos o descarte de porco e o metemos em pedaços de seus intestinos, obtendo embutidos e linguiças muito apreciadas. O costume de comer bacon parece ter vindo de nossa pré-história, mas foi apenas uma jogada de marketing há cem anos para vender mais bacon. Tudo que comemos está diretamente interligado a marketing e lucro. Se alguém pensa que é irracional comer insetos é melhor reconsiderar. Cem gramas de grilo contem nada menos de 1.550 miligramas de ferro, 340 de cálcio e 25 de zinco. Três minerais essenciais que só adquirimos comendo. Surpreendam-se, os insetos são mais ricos em minerais e gorduras saudáveis que a carne de vaca e de porco.


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Quantos insetos você comeu neste ano?

Tem nojo? Todos temos. Ele é apenas fruto da falta de propaganda. Saiba que comemos insetos sem saber todos os anos. A Universidade de Ohio, dos EUA, fez as contas. Só as partículas de insetos que comemos na pimenta do reino nos dá de 450 gramas a 900 por ano. Há um forte movimento europeu para começarmos a comer o que chamam de “micro-gado”- insetos, caracóis, rãs e roedores. Agora, pense no futuro que já é presente. Seca, destruição ambiental, queimadas, solo estéril… Como era gostosa aquela mariposa!
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