O paraíso das frutas cítricas era nas margens do rio Miranda
As frutas cítricas já eram cultivadas no centro da China há 2.200 anos. Os chineses foram, assim, os primeiros a utilizá-las como alimento. Os citros vieram de uma especie da cidreira e apresentam uma elevadíssima taxa de autofecundação, chegando a 84%. Esse fator faz com que uma plantação de frutas cítricas possa se tornar “imortal”, viver na mesma terra por séculos.
Tem laranja, “meu rei”?
Baiano tem mania de chamar pessoas de outros Estados de “meu rei”. As frutas cítricas chegaram no Brasil pela Bahia, essa a versão mais comum entre aqueles que estudam esses frutos. Por volta de 1.540, existia uma grande plantação de cítricos ao redor de Salvador, conhecida como “rei da laranja”. Essa seria a conexão entre cítricos e a frase baiana comum “meu rei”. Mas, na mesma época, já existiam cítricos em Cananeia, litoral de São Paulo.
Jesuítas trouxeram os cítricos.
A dispersão propriamente dita dos citros no Brasil, ocorreu através das expedições dos jesuítas. Pelas mãos dos padres, surgiram vários núcleos citrícolas no país. Limeira, em São Paulo, é um dos mais estudados exemplos. No Mato Grosso do Sul, os jesuítas trouxeram, além das vacas, mudas de frutas cítricas para as margens do rio Miranda. Essa região foi, por várias décadas, o paraíso das frutas cítricas. Há quem afirme que à exceção da fronteira com S.Paulo, todas as laranjeiras do MS, até meados do século passado, eram originárias de Miranda.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.