O spray de Bolsonaro e outros medicamentos contra o Covid
Quase um ano depois de iniciada a pandemia, enquanto milhares de pacientes morrem todos os dia e a vacinação generalizada teve início, os médicos continuam com poucos medicamentos para combater o vírus. Um pequeno punhado de terapias - dexametasona e anticorpos monoclonais (só para milionários) - melhoraram o atendimento aos pacientes de covid-19, colocando os médicos em uma posição melhor do que quando o vírus surgiu, mas esses medicamentos não são uma panaceia e os esforços para reutilizar outros ou descobrir novos medicamentos, não tiveram sucesso. O fato é que enquanto as vacinas obtiveram dezenas de bilhões de dólares em investimento, os remédios tiveram pouquíssimo dinheiro e pacientes dispostos a testá-los. E ainda pior, os testes foram pulverizados pelo mundo, um verdadeiro caos.
Spray de Israel que Bolsonaro trará para o Brasil.
EXO-CD24, esse é o nome técnico de um spray para tratar câncer de ovário que está sendo testado em Israel. Um centro médico de Tel Aviv anunciou em 05 de fevereiro que desenvolveu os testes com bons resultados, segundo o jornal Times Israel. Alegam que a primeira fase foi um sucesso. Todavia, a quantidade é diminuta. Somente 30 pacientes em estado grave receberam o EXO-CD24. Desses, 29 foram curados. Observem que está em primeira fase. Há muito caminho para ser aprovado. Muitos milhões de dólares para serem gastos. Quem pagará pelos testes?
Um antipsicótico para matar o coronavírus?
Médicos em hospitais psiquiátricos franceses notaram que relativamente poucos pacientes adoeceram com covid-19 em comparação com o pessoal de saúde que deles trataram. Especularam que os medicamentos que os pacientes estavam tomando poderiam protegê-los. Um desses medicamentos, o antipsicótico clorpromazina, havia demonstrado em experimentos laboratoriais a capacidade de impedir a multiplicação viral. Os médicos tentaram conduzir um grande teste com a clorpromazina mas não encontraram pacientes. Tentaram um consórcio num dos maiores hospitais dos Estados Unidos, o Monte Sinai de N.York, apenas para bater na mesma parede: "Ficamos sem pacientes".
Medicamento usado para tratar inflamação do pâncreas talvez combata o coronavírus.
Na Universidade de Kentucky, nos EUA, pesquisadores começaram um ensaio para testar um medicamento chamado camostat, normalmente usado para tratar de inflamações do pâncreas. Já sabem que esse medicamento é capaz de destruir uma proteína da qual o vírus depende para infectar células humanas. Passaram os últimos oito meses tentando recrutar pacientes. Não conseguiram. Todos são estavam dispostos a testar vacinas. Essa tem sido a origem dos atrasos nos testes de medicamentos promissores para combater o coronavírus.
Clofazimina, para tratar hanseníase pode combater o coronavírus.
Um dos medicamentos mais promissores no combate ao coronavírus é uma droga barata, usada para tratar hanseníase, denominada clofazimina. Por vários meses trataram tecidos pulmonares de humanos e de hamsters. Nos pequenos animais, obtiveram bons resultados. Todavia, até agora não conseguiram financiamento para dar continuidade às pesquisas. Esperam que a nova administração de Biden resolva auxiliá-los.
Uma droga contra o câncer tem testes avançados.
Um estudo publicado nesta semana na revista cientifica Science mostrou que uma droga contra o câncer chamada plitidepsina é muito potente para interromper a evolução do coronavírus em experimentos laboratoriais. Uma empresa farmacêutica espanhola resolveu apostar nessa droga. Estão com testes em fase final para ver se a droga realmente funciona.
Medicamento para gripe pode combater coronavírus.
A gigante farmacêutica Merck está realizando um grande teste, em estágio final, com uma pílula chamada molnopiravir, originalmente usada para combater a gripe. Os primeiros resultados podem surgir em março de 2021. Os especialistas estão ansiosos por esse molnopiravir pois creem que é capaz de combater outros tipos de coronavírus.