Uma mata queimada, leva de 3 a 8 séculos para se recuperar
Tudo separa a árvore do homem. É como se a evolução intentasse dois enfoques radicalmente opostos, dando lugar a duas formas de vida inimigas. Apesar da fragilidade que nós humanos as submetemos, as árvores estão entre as formas de vida de maior sucesso no planeta, devido especialmente à sua enorme diversidade. Mas nós fraturamos a convivência com elas.
O tempo, senhor da destruição.
A primeira fratura que fizemos com elas foi o tempo. Enquanto as árvores estão programadas para uma forma de vida semelhante à eternidade, o homem só está para um instante. Aconteça o que acontecer, mesmo tentando destruir todas elas, sem uma única exceção, elas sempre tendem a se recuperar.
3 a 8 séculos de esterilização.
Vivemos em uma sociedade que ama esconder a verdade. Quando uma mata é destruída, reparem, dentro de pouco tempo, surgirá alguma noticia de sua força, de sua imensa capacidade de regeneração, de seu esplendor. Não é bem assim que funciona. É muito mais complexo. Quando uma mata é arrasada e deixada à própria sorte, tarda entre três a oito séculos para voltar a seu estado inicial. O homem só dispõe de uma parte de século para assistir e participar desse lento espetáculo. Eternidade contra fugacidade, o tempo é o ponto de partida desta radical alteridade.