Estiagem mal começou e Rio Miranda já pode ser atravessado a pé em Jardim
Cirurgião-dentista se assustou ao passar por trecho do Rio e ver nível tão baixo
O período de estiagem em Mato Grosso do Sul, provocado pelo inverno sem chuvas e com baixa umidade relativa do ar, mal começou e já é possível ver seus efeitos na natureza. Imagens registradas no Rio Miranda, em Jardim, cidade a 239 km de Campo Grande, na tarde de quinta-feira (15), mostram o nível da água tão baixo que o trecho pode ser atravessado a pé.
O vídeo gravado e postado pelo cirurgião-dentista, Saulo Roberto Mioto da Costa, 39 anos, mostra trecho do Rio Miranda, entre as cidades de Jardim e Guia Lopes da Laguna, abaixo do nível comum.
Pelo Direto das Ruas, ele contou que é morador da região há 9 anos e que durante a estiagem é comum ver o nível da água baixar, mas dessa vez se assustou e teve a impressão de que o assoreamento "chegou mais rápido".
De acordo com o boletim diário do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) publicado nesta sexta-feira (16), a estação de medição mais próxima da região seria a da Estrada MT-738 em Bonito, onde o Rio está em 146 cm, como a base de referência é de 96 cm a situação é considerada normal para a época do ano.
Ao Campo Grande News, o doutor em geociências e meio ambiente, Sidney Kuerten, explicou que com base nos dados do Imasul e das estações telemétricas que medem a vazão dos rios, pelo valor de referência a região está com 50% acima da cota de referência.
"Apesar de baixo e da transparência que permite que as pessoas vejam essas barras sedimentares, a situação ainda não é de emergência. Claro que como não vemos isso todo dia, ficamos assustados com o assoreamento", explicou
"São verdadeiras dunas submersas. A estação mais próxima daqui é da MT-738 em Bonito, nessa medição a cota está normal, já na estação de Aquidauana, o Rio Miranda está abaixo do valor de referência para a região então já emite o sinal laranja de alerta para a estiagem", continuou o especialista.
No entanto, Sidney ressalta que a estação telemétrica da Estrada MT-738 está bem abaixo da região de Jardim e mesmo sendo a mais próxima, a medição não é exatamente a do trecho que foi mostrado no vídeo.
"Falta uma estação mais próxima a nós, que poderia estar monitorando também o deflúvio do Rio Santo Antônio. Quando aqui em Jardim nós já começamos a ver, muitas formas do leito, o assoreamento aparece de maneira mais fácil, a gente também já enxerga que o canal está com pouca água. Então não é uma leitura de todo o canal. OS rios precisam de leituras em diferentes seguimentos.", finalizou Sidney.
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