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Direto das Ruas

Gestante vai à maternidade com dor, recebe só analgésicos e bebê morre

Ela afirma que buscou atendimento na Maternidade Cândido Mariano, mas diz que foi liberada ainda com dores

Por Mylena Fraiha | 22/09/2023 10:21
Fachada da maternidade Cândido Mariano, na Rua Marechal Rondon, local onde mãe foi atendida inicialmente (Foto: Henrique Kawaminami)
Fachada da maternidade Cândido Mariano, na Rua Marechal Rondon, local onde mãe foi atendida inicialmente (Foto: Henrique Kawaminami)

Após 8 horas com dores abdominais, a auxiliar de serviços gerais Geovana de Souza Bispo, de 22 anos, recebeu a notícia de que sua bebê havia falecido dentro do útero na madrugada desta quinta-feira (21). Entretanto, a jovem afirma que havia buscado atendimento na Maternidade Cândido Mariano anteriormente, mas foi liberada pelo médico, mesmo sentindo dores.

Segundo Geovana, as dores iniciaram na quarta-feira (20). Por volta das 19h da noite, ela explica que foi à maternidade, localizada na Rua Marechal Rondon, com fortes dores abdominais e sinais de trabalho de parto.

Ao Campo Grande News, ela relata que foi atendida por um médico que constatou apenas 2 cm de dilatação, muito abaixo dos 10 cm necessários para um parto normal. “O médico escutou os batimentos do bebê com um estetoscópio, que estavam 160 bpm. Depois prescreveu medicamentos e orientou que eu esperasse mais duas horas”, explica.

Após seguir as instruções dadas pelo médico, Geovana voltou à maternidade por volta da 00h. “Ele disse que eu continuava na mesma situação e com a mesma dilatação. Expliquei que ainda estava com dores e ele me receitou dipirona e buscopan via intravenosa”.

No entanto, mesmo após tomar medicamentos para aliviar a dor, as dores persistiram. Geovana alega que o médico não realizou uma nova avaliação e a liberou novamente. “A enfermeira disse que não poderia fazer nada, porque o médico tinha dado alta. Antes, ele tinha falado que se a dor continuasse, era para voltar no outro dia. Porque ele não pediu para fazer um ultrassom? Ainda mandou alguém para ir para casa com dores”.

A mãe voltou para casa, mas notou a presença de coágulos de sangue na menstruação e preocupada com a situação, dirigiu-se ao HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) por volta das 3h, com o marido.

Geovana relata que o médico chegou a ouvir os batimentos cardíacos do bebê, no entanto, após a liberação, a tragédia se desenrolou. “Tentaram escutar o batimento do bebê e já não tinha batimentos. Ela já estava morta”.

Até o momento, não foi emitido um laudo oficial que explique a causa da morte da criança. Geovana permanece internada, enquanto a família se prepara para o velório. A mãe expressou a intenção de buscar justiça se a negligência médica for comprovada como a causa do óbito da criança.

“Depois que ela nasceu, fiquei com ela no colo. A gente vai esperar sair o laudo. Se for por negligência médica, vamos entrar na justiça”, comenta Geovana.

Ao Campo Grande News, a assessoria do HRMS afirmou que não poderia disponibilizar informações sobre o laudo médico, uma vez que hospital preza pela privacidade de cada paciente, resguardada pelo princípio do sigilo médico.

A reportagem também entrou em contato com a Maternidade Cândido Mariano para entender a causa da morte da criança. Entretanto, não obteve resposta. O espaço segue aberto.

[**] Matéria editada às 14h05 do dia 22 de setembro para acréscimo de informações.

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