Com inflação recorde, gasolina em MS custa 10% a mais que no início do ano
Com a disparada do preço da gasolina, o consumidor de Mato Grosso do Sul está desembolsando, neste mês, quase 10% a mais que no início do ano para abastecer o veículo. O valor médio do produto está R$ 4,05, o que representa alta de 9,81% sobre o custo médio de janeiro, de R$ 3,688. O combustível chega a ser vendido a R$ 4,497 no interior do Estado.
Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e os últimos valores resultam de levantamento feito durante esta semana em postos de Campo Grande, Corumbá, Coxim, Ponta Porã, Nova Andradina e Dourados. O maior valor (R$ 4,497) foi verificado em Três Lagoas e o menor (R$ 3,899) em Campo Grande.
No início deste ano, a gasolina, que já apresentava trajetória de altas, tinha peso menor no orçamento das família. Com valor médio de R$ 3,688, era possível encher um tanque de 50 litros gastando R$ 184,4. O preço já era significativo – na comparação com o salário mínimo (R$ 937), representa 19%.
Agora, com o avanço de 9,81%, o condutor terá de pagar R$ 202,5 para encher o tanque do carro. O peso é maior no orçamento, correspondendo a 21,6% do salário mínimo. Em Três Lagoas, onde está a gasolina mais cara, o motorista gasta R$ 224,85 para abastecer por completo o veículo.
O preço atual da gasolina em Mato Grosso do Sul é o maior já verificado em pesquisa da ANP, iniciada em 2001. O ritmo de aumento do custo da gasolina é quatro vezes mais acelerado que o avanço da inflação. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de Campo Grande, acumulado em 12 meses (encerrados em novembro), é de 2,67%, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística).
Em toda série histórica da ANP, nenhum mês apresenta preço médio acima do patamar dos R$ 4. Em dezembro daquele ano, o produto custava a média R$ 1,84 em Mato Grosso do Sul. Na época, com menos de R$ 100 (precisamente, R$ 92), o condutor podia encher um tanque de 50 litros.