Dinheiro curto leva consumidor a buscar presentes mais baratos para o fim do ano
Apesar do movimento ter aumentado em relação ao ano passado, a maioria busca produtos em promoção
Em meio ao cenário de arrocho econômico no País, os consumidores tentam aliar o útil ao agradável, procurando as famosas “lembrancinhas” e itens mais baratos para presentear no Natal. Além do pagamento da 2ª parcela décimo terceiro aos trabalhadores com carteira assinada, a segunda-feira (20) abre a última semana antes do Natal.
Com isso, o movimento na região central aumentou em comparação com o mesmo período do ano passado, porém os consumidores, em sua maioria, buscam presentes que caibam no orçamento.
“A movimentação está grande, vamos conseguir bater a meta do mês. O estoque de panetone vai durar até quarta-feira. Temos notado que as pessoas têm buscado bastante por lembrancinhas para presentear, como chocolates temáticos e coisas menores. Como em nossa loja temos preços para todos os bolsos, as pessoas conseguem comprar”, conta Suellen Oslandi, 33 anos, proprietária de uma franquia de loja de chocolates na região central.
A procura por presentes “mais em conta” também foi observada pela empresária Dora Gomes, 49 anos, proprietária de uma joalheria que atende um público com poder aquisitivo um pouco maior. “O movimento não aumentou, mas a clientela fixa, que compra sempre conosco estão preferindo produtos menores e mais baratos, mas não deixaram de comprar. Muitos ainda estão como medo da instabilidade financeira causada pela pandemia e como ninguém sabe como vai ser no próximo, estão com receio de investir muito em presentes”, conta.
O setor de vestuário também sentiu um impacto positivo nas vendas de fim de ano, mas assim como nos demais comércios, produtos em promoção são os mais procurados pelos consumidores.
“Houve um aumento de 40% nas vendas em relação ao ano passado, porém as pessoas estão mais estão criteriosas com o preço. As peças da promoção vendem mais e muitos entram na loja querendo mais uma lembrança para não passar em branco”, comenta Patrícia Reis, gerente de uma loja de roupas. Com expectativa de aumentar as vendas na última semana, a loja aumentou o horário de atendimento até às 22h.
A aposentada Áurea Pereira, 58 anos, confirmou que, neste ano, pretende economizar não só nos presentes, mas também com a confraternização entre os familiares. “Só vou presentear os netos, inclusive, estou pesquisando para achar algo mais em conta. Na confraternização, vou preparar apenas um almoço com a família, até porque ainda estou com receio de fazer algo grande por conta da pandemia, que não acabou”, disse.
Sem direito a décimo terceiro, a estudante Tayná Santos, 24 anos, filtrou de forma criteriosa as pessoas que seriam presenteadas neste ano e foi em busca de promoções. “Não está dando para comprar muita coisa, porque o dinheiro está curto e eu não recebo décimo, aí fica difícil. Pesquisei algumas promoções e apenas o meu amigo secreto e pessoas mais intimas serão presenteada”, confirma a estudante.
Mais radical que os demais entrevistados, o jornalista Sidimar Gomes, 41 anos, foi enfático ao dizer que não vai presentear absolutamente ninguém no Natal e o dinheiro que seria gasto com “mimos” será investido na confraternização familiar, que no ano passado, por conta da pandemia, acabou passando em branco.
“Recebi o décimo e diante dos preços de tudo, decidi que não vou comprar presentes, o valor vai ser investido na festa de Natal, até porque, ano passado, por conta da pandemia, acabamos não fazendo nada”, justifica o jornalista.
Para aqueles que deixam as compras de Natal para última hora, vale a dica: o comércio da Capital está com horário estendido das 9h até às 22h neste fim de ano.