Efeito coronavírus já tirou R$ 90 milhões do comércio da Capital, diz pesquisa
Em apenas uma semana, ainda que a quarentena não seja oficial (a cidade não está fechada e nem com toque de recolher), o impacto da pandemia de coronavírus em Campo Grande já alcança os R$ 90 milhões. Os números são da Fecomércio-MS (Federação Estadual do Comércio), com base entre os dias 2 e 19 de março.
As medidas de cerco mais apertado ao contágio do vírus foram tomadas na última semana, entre a Prefeitura e Governo do Estado, por meio de decretos que suspenderam aulas, eventos, disciplinaram home office de servidores, entre outras medidas.
De modo geral, ainda que não haja regra oficial de fechar a cidade, fluxos, trocas e locomoções diminuíram, de forma que o consumo também caiu. Além disso, apreensivas com uma recessão galopante que já dá indícios de se instalar, as pessoas gastam menos.
"É um cenário preocupante para a saúde de nossa economia, por isso estamos desde o início desta semana, no âmbito do Comitê de Monitoramento de Crise (CMC) postulando medidas de apoio às empresas como dilatação de prazo para recolhimento de impostos, redução de alíquotas e postergação de prazo para entrega de declaração", comentou o presidente da Fecomércio, Edison Araújo.
Entre os setores que puxam a redução, o de eventos é disparado o maior: a queda, em média, foi de 95%. A queda, em média, de mais de 50% nas vendas ocorreu no setor de bares, restaurantes, lanchonetes e similares, óticas e serviços. Na avaliação de 88% dos empresários houve queda nas vendas.
A federação estima que, em 1 mês, contando o início do período de comércio fechado a partir de amanhã (21), o prejuízo seja de R$ 270 milhões. Em todo o Estado, o prejuízo é de R$ 300 milhões.
Segundo a Fercomércio, “o reflexo direto está na redução do número de colaboradores”: a projeção é 24,58% de demissões. “Como estratégia, as vendas à distância, que já aumentaram, assim como entregas em domicílio, devem ser intensificadas. A mudança na forma de cumprimento e disponibilização de álcool em gel são as principais medidas preventivas adotadas pelos estabelecimentos”, frisa a instituição.
Na pesquisa, a Federação destaca que não é necessário estocar produtos. As filas e os carrinhos lotados para “meses” podem prejudicar a população como um todo. Na expectativa dos empresários para os próximos dias, estimam 64,25% de redução do fluxo de pessoas e 69,27% na redução das vendas.