Energia e tomate pesam no bolso e inflação de abril é a maior em 4 anos
A inflação dos primeiros quatro meses do ano alcança 5,64%, em Campo Grande. O percentual está bem acima da meta estabelecida pelo Governo, que é de 4,5%, em 12 meses. Em abril, a inflação ficou em 1,12%, índice que não era constatado para esse mesmo mês desde 2011. Com alta de 18,45%, a energia é o principal fator responsável pelo alto índice. O tomate subiu 15,59% e voltou a ser o vilão.
Nos últimos 12 meses, o custo de vida teve alta de 8,64%, quase o dobro da meta definida pelo Banco Central. Também superou em mais de dois pontos percentuais o limite máximo tolerado pela equipe econômica (6,5%).
Os dados são do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), que é divulgado mensalmente pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp. O que impulsionou a inflação em abril foram os reajustes dos preços dos produtos do grupo habitação, cujo índice fechou em 3,30%.
Também pesam no bolso do consumidor os preços dos itens de alimentação, que tiveram acréscimo de 0,49%, despesas pessoais, com 0,47% e saúde, com 0,18%. Tiveram queda nos preços os transportes (-0,29%), educação (-0,30%) e vestuário (-0,41%), segundo o levantamento.
A alta dos preços dos produtos de alimentação é considerada moderada, na análise do coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza. Os produtos alimentícios que mais encareceram em abril são abacaxi (37,90%), limão (16,27%) e tomate (15,59%).
Em contrapartida, tiveram queda significativa nos preços a abobrinha (-37,55%), chuchu (-21,77%) e a batata (-18,94%). Até o pão francês (-2,68) teve redução no preço, além de algumas carnes, como Lagarto (-2 ,64), Cupim (-3 ,93), Paleta (-4 ,23), Pernil (-4 ,96), Presunto (-6 ,21); conforme a pesquisa.
O pesquisador acredita que nos próximos meses a inflação irá recuar. “Parece não haver nenhum preço administrado pelo governo que deverá sofrer reajuste e o índice do grupo alimentação também começa a diminuir devido à melhoria de fatores climáticos que afetam os preços de produtos desse grupo”, explicou Celso.