Fechamento de empresas sobe 31% e número de aberturas é o pior em 9 anos
O número de abertura de empresas em Mato Grosso do Sul registrado em 2015 é o pior dos últimos 9 anos. A quantidade de pessoas que tiraram o negócio do papel começou a cair em 2014, segundo dados da Jucems (Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul).
Foram abertas 7,6 mil empresas em 2013 e 6,7 mil em 2014, o que representa queda de 12%. No ano seguinte, o número caiu para 5,9 mil, retração de 11,7%, segundo o levantamento divulgado mensalmente pelo órgão, que é responsável pelo registro de atividades ligadas a sociedades empresariais.
O mês de dezembro que, geralmente, contabilizava abertura de 400 a 500 empresas, em 2015 não teve mais que 325 negócios formalizados em todo o Estado. No sentido inverso, aumentou o tanto de empresas extintas, passando de 1,6 mil para 2,1 mil, entre 2014 e 2015, o que significa alta de 31%. Os dados não incluem o MEI (Microempreendedor Individual), categoria que emprega apenas uma pessoa.
Todos os anos, empresas abrem em fecham filiais. No último mês do ano passado, o número de filiais extintas foi 35, superior ao de constituídas, 22. Já na soma dos doze meses, a abertura foi maior, ficando em 1,04 mil contra 503 extintas. Das empresas, devidamente registradas na Jucems, apenas uma decretou falência em 2015.
Municípios – Contanto com os microempreendedores individuais, o Estado tem 195,5 mil empresas atualmente. A maioria delas, 79,6 mil, está em Campo Grande. O número, levantado até o dia 15 de dezembro, apresenta crescimento em relação aos meses anteriores.
A segunda maior cidade com empresas ativas é Dourados, com 16,7 mil. Em terceiro lugar está Três Lagoas, com 9,1 mil. Ambas também tiveram aumento no número de negócios em atividade.
Economia - Na avaliação do presidente da Jucems, Augusto César Ferreira, os dados de 2015 foram influenciados por dois fatores principais. Um deles, a alteração na lei que rege o fechamento das empresas.
“O aumento nos fechamentos se deu porque a partir de fevereiro de 2015 a legislação possibilitou que a pessoa fechasse e transferisse os débitos para o seu CPF (Cadastro de Pessoa Física) e isso elevou o número. Foi uma facilidade que refletiu no aumento dos fechamentos”, explicou o presidente da Junta, ao lembrar que antes o empresário tinha que fazer a quitação para poder fechar o negócio.
A abertura de empresas, por sua vez, sofreu grande impacto com o cenário econômico do Estado e do Brasil, segundo o presidente do órgão. Inflação e alta de juros dificultaram os planos de quem estava prevendo regularizar o negócio. “Foi um ano difícil para todos em função da situação econômica do país”, comentou.