Plano Safra da Agricultura Familiar terá no mínimo R$ 25 bilhões
Ao se reunir na noite de hoje (21) com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidenta Dilma Rousseff se comprometeu com pelo menos 83% do valor reivindicado pela entidade para ações de custeio e investimento ligados à agricultura familiar. A presidenta anunciou que pelo menos R$ 25 bilhões dos R$ 30 bilhões solicitados pela Contag serão concedidos no Plano Safra da Agricultura Familiar, que será lançado no dia 15 de junho.
O encontro marcou o fim da principal etapa do 21º Grito da Terra Brasil, organizado todos os anos por movimentos sociais ligados à terra. Durante 15 dias, dirigentes da Contag estiveram com 14 ministros em busca de respostas para a reivindicação apresentada em abril, durante encontro com a presidenta.
Além dos R$ 30 bilhões, a entidade pediu mais R$ 23 bilhões em programas ligados ao setor. Mas sobre esse dinheiro, segundo o presidente da Contag, Alberto Broch, Dilma ainda não deu detalhes. “Ela não quis falar sobre taxa de juros. Ela falou que não está certo ainda na equipe econômica”, disse Broch, repetindo que o pedido é que a presidenta não altere as taxas este ano.
No ano passado, o Plano Safra da Agricultura Familiar recebeu recursos da ordem de R$ 24,1 bilhões. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, Dilma “está se preservando em relação a alguns números” para que possa anunciar o Plano Safra 2015-2016 conjuntamente a outros movimentos ligados à reforma agrária. “Fiquei com sentimento de que a presidenta nos deu um prazo a mais para a gente tentar ainda ampliar as taxas das nossas conquistas e dos nossos avanços no campo da agricultura familiar e reforma agrária”, destacou o ministro.
O presidente da Contag disse ainda que, no encontro de hoje, Dilma também prometeu dialogar com os estados para a criação de um pacto federativo para comercialização dos produtos da agricultura familiar. A ideia, segundo ele, é aperfeiçoar as leis do país para facilitar e estimular a compra de produtos da agricultura familiar por órgãos públicos. Segundo Broch, a presidenta garantiu também aos representantes dos agricultores familiares que vai criar um decreto alterando as normas do crédito fundiário, atualizando os valores para a compra de imóveis rurais por parte dos pequenos produtores.