Termelétrica de MS pode operar com diesel e conta deve aumentar
Polo de gás natural vai entrar em manutenção, o que deve forçar operação com combustível mais poluente
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) avalia se autoriza a Usina Termelétrica William Arjona, em Campo Grande, a operar utilizando óleo diesel. O Brasil enfrenta uma crise de desabastecimento de gás natural, combustível usado nessas usinas.
Termelétricas já são conhecidas por aumentarem a poluição do ar. Com diesel, esse problema pode ser ainda pior.
A Termoceará, localizada no Ceará, já está autorizada a operar com diesel. O estado do Nordeste está com o fornecimento de gás comprometido, o que forçou a Petrobras (Petróleo Brasileiro S/A) a enviar um navio para a região, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Porém, o polo do Mexilhão vai parar para manutenção em 29 de agosto por 30 dias. Localizado no litoral do estado de São Paulo, é um dos principais produtores de gás natural do País.
Isso ameaça a operação da William Arjona. A Delta Energia, que controla a termelétrica, pediu à Aneel autorização para operar com diesel. Reinaugurada em julho, a usina tinha custo de geração de R$ 1.741 por MWh, mas hoje já custa R$ 2.075 por MWh.
A Delta garantiu à Folha que a troca de combustível não irá encarecer a operação. Em nota ao Campo Grande News, a companhia informou que seguirá trabalhando com gás até o dia 28, e se houver disponibilidade após essa data, seguirá utilizando o combustível.
O uso de termelétricas pressiona a conta de energia, que é compensado pelas bandeiras tarifárias. Atualmente, o Brasil está na bandeira vermelha, a mais alta na classificação.
A reportagem questionou a Aneel se a eventual utilização de diesel na William Arjona poderia aumentar a conta, mas não obteve resposta até a presente publicação.