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Jogo Aberto

Repercussão de ação contra quadro divide deputados

Marta Ferreira | 20/09/2017 06:00

Quadro da discórdia - Quase uma semana depois, ainda rende nos bastidores da Assembleia a polêmica intervenção de deputados que foram à polícia contra a exposição “Cadafalso”, considerada por eles apologia à pedofilia. O ‘placar’ dos ouvidos pela coluna ficou empatado entre os que acham que valeu a pena todo o imblóglio e aqueles que consideraram exagero.

"Meus filhos não iriam"Mara Caseiro, do PSDB, está no time dos que defendem a iniciativa de ir à polícia, que apreendeu o quadro Pedofilia e só devolveu depois da promessa de que ninguém abaixo de 18 anos entraria na exposição. "Para mim era apologia ao sexo e os pais precisam saber onde seus filhos são levados e o que vão expor para eles".

Estratégia errada - Flávio Kayatt (PSDB) classificou a obra como um "absurdo", mas pontuou que a atuação dos colegas acabou aumentando a repercussão sobre a mostra de arte. "Deram mais atenção para a artista, que para mim não deveria sequer ter este espaço".

Desnecessário - Na turma que pensa diferente, Calmo Almi (PT), achou que houve "muita pirotecnia e uma polêmica desnecessária”. Para ele, há outras questões mais importantes para discutir. Já Amarildo Cruz (PT) disse que os colegas não entenderam a "mensagem da exposição", que era justamente criticar o comportamento que dava nome ao quadro apreendido, pedofilia. "Uma visão muita curta dos parlamentares, muita hipocrisia".

Liberdade de expressão - Renato Câmara, do (PMDB), argumentou que não deveria haver interferência da política em manifestações artísticas e que estava sendo retratado situações para provocar reflexão na sociedade. "A arte tem este olhar diferente e muitos artistas que foram criticados no seu tempo, tiveram o reconhecimento devido no futuro, por isso é preciso ter muito senso crítico na hora de avaliar".

Intenção alcançada – Responsáveis pela polêmica, Paulo Siufi (PMDB) e Herculano Borges (SD), que fizeram a denúncia à polícia junto com o deputado Coronel Davi, argumentaram que tudo foi para proteger as crianças do quadro e o objetivo foi alcançado. "Se tivessem colocado esta restrição desde o começo, teriam evitado toda esta situação", disse Borges.

Homenagem - Os deputados assinaram em conjunto uma moção de pesar pela morte do ex-procurador-geral de Justiça, Fadel Iunes. "Convivi com ele, era um home íntegro, com caráter ilibado. Onde estava chamava a atenção pela amabilidade, além de ser um homem humilde e um baita de um profissional. Quem trabalhou com ele aprendeu muito", disse Flávio Kayatt (PSDB), que foi o autor da homenagem.

Só autoriza - A Câmara Municipal aprovou projeto que cria uma biblioteca itinerante com o nome de Manoel de Barros, poeta que ultimamente tem sido bastante lembrado em virtude do impasse sobre a instalação de uma estátua em sua homenagem. A proposta não significa concretização do espaço de leitura, já que apenas autoriza a Prefeitura de Campo Grande a criar a biblioteca, não exige. Ou seja, vai da vontade e disponibilidade financeira do município querer concretizar a ideia.

Prestação de contas - O superintendente do Procon em Campo Grande esteve na Câmara Municipal ontem para expor dados do órgão de defesa do consumidor. Segundo ele, os processos aumentaram em 25% este ano, com pelo menos 26 mil procedimentos administrativos abertos.

Melhor com Procon – O superintendente observou aos vereadores que a cidade que tem o órgão costuma ter relação de consumo mais respeitosa. Mas em MS, a situação ainda precisa melhorar muito. De 79 cidades, segundo Salomão, apenas duas tem sede própria: Campo Grande e Aparecida do Taboado. Outras seis estão com projetos para criar espaço para defender consumidor nos processos de compras de bens e serviços.

(Com Leonardo Rocha e Mayara Bueno)

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