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Artes

Em curta, Cainã faz reflexão com registro da história de sua família

“Eu temo que não amanheça” é filme em que aborda a temática racial e também questões de ancestralidade

Bárbara Cavalcanti | 09/08/2021 07:08
Cainã no meio, ainda criança, ao lado de mãe e avó. (Foto: Reprodução Youtube)
Cainã no meio, ainda criança, ao lado de mãe e avó. (Foto: Reprodução Youtube)

O diretor, roteirista e fotógrafo Cainã Siqueira, de 23 anos, embarcou em uma jornada de autoconhecimento quando começou a fazer o curta-metragem “Eu temo que não amanheça”, disponível no Youtube. “Eu quis contar minha história, mas não só contar por contar. Quis também fazer uma reflexão e contribuir com esse assunto da questão racial”, comentou.

No curta, Cainã começa contando toda a história de sua mãe e sua avó. “Um dia, eu me deparei que eu não conhecia nada sobre elas. Não sabia o que minha mãe pensava quando era mais jovem, não sabia a história da minha avó, o que ela pensa. Isso mexeu comigo. Quis fazer esse filme para não deixar que mais uma história de uma família negra fosse esquecida”, explicou.

Durante 12 minutos, Cainã leva o espectador para conhecer sua família, mas sem deixar de fazer reflexões raciais. “Foi a partir do que elas me contaram, que eu comecei a refletir um pouco, que comecei a pensar nisso e me perceber como homem negro”, detalhou.

Cainã em uma das cenas do filme "Eu temo que não amanheça". (Foto: Reprodução Youtube)
Cainã em uma das cenas do filme "Eu temo que não amanheça". (Foto: Reprodução Youtube)

O filme foi gravado aos poucos, uma vez que, devido à pandemia, Cainã não conseguia tanta proximidade com a avó. “Foi uma conversa mesmo, fui perguntando tudo o que eu achava interessante. Gravei isso e depois escutei tudo. Depois, comecei a refletir no que elas falaram, foi meu processo de me entender como gente com base nisso”, explicou.

Ainda de acordo com Cainã, a questão racial para pessoas com menos melanina traz uma particularidade que também é pouco discutida.

“Tem muito aquilo do “embranquecimento” de pessoas negras mais claras. Comecei a estudar sobre o assunto também. Pro branco, eu não sou branco e pro negro eu não sou negro. Tem aquele limbo, é uma questão bem complexa. Foi um processo de autoconhecimento, que está durando até hoje e eu acho que não vai acabar nem tão cedo”, comenta.

O filme foi feito com recursos da Lei Aldir Blanc e está disponível no canal do Youtube do próprio filme ou clicando abaixo.

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