ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Comportamento

Abandono de cadelinha grávida inspirou Carmen a criar projeto de castração

Para diminuir cães abandonados pelos bairros de Campo Grande, surgiu o “100 viralatas".

Kimberly Teodoro | 22/05/2019 08:43
Abandono da cadelinha Mel foi inspiração para o projeto "100 viralatas", que propões a castração para diminuir número de animais de rua (Foto: Arquivo Pessoal)
Abandono da cadelinha Mel foi inspiração para o projeto "100 viralatas", que propões a castração para diminuir número de animais de rua (Foto: Arquivo Pessoal)

Mel, a cadelinha cujo a pelagem inspirou o nome, conheceu de perto o significado do abandono depois de uma vida inteira morando nas ruas. Grávida e sem alimentação adequada, a simpática vira-latinha teve pré-eclâmpsia e chegou muito perto de perder os bebês e a própria vida.

Ainda que Mel não estivesse doente e pudesse sobreviver ao parto sem ajuda, os sete filhotinhos também estariam fadados ao mesmo destino da mãe. Foi essa realidade dividida  com muitos outros cães deixados à própria sorte pelos bairros de Campo Grande, que inspirou o projeto “100 vira-latas”. A meta é castrar, fazer o controle populacional de animais de rua e atender cadelinhas assim com Mel, que foi resgatada e hoje está segura em um lar temporário, aguardando adoção responsável.

O desafio é encampado pela protetora de animais Carmen Calderon, de 51 anos, já há algum tempo. “Faz 3 anos que trabalho com resgate de animais de rua e participo de feiras de adoção. Nesse tempo, percebi que por mais que seja importante realizar essas ações, não era o suficiente. Nós, protetores, não temos mais espaço, nem recursos financeiros ou psicológicos para recolher, tratar e encontrar bons lares para uma quantidade tão grande de animais abandonados à própria sorte”, relata.

Para viabilizar o projeto, a meta de Carmen é arrecadar R$ 2 mil, através de uma “vakinha” online, que utiliza o site com o mesmo nome como plataforma, além de ações sociais programadas para o próximo mês. Em parceria com outros protetores de animais e colaboradores da causa, ela está organizando um almoço beneficente, dia 23 de junho no salão do Asilo São João Bosco, com baile, música ao vivo e carreteiro nas opções tradicionais e veganas, pensando nas pessoas que por amor aos bichinhos, diminuíram ou deixaram de comer carne. Os ingressos custam R$ 25 reais e terão toda a venda revertida para o “100 vira-latas”. A ideia é que além da arrecadação, o evento também promova integração dos idosos acolhidos pelo lar.

Arrecadação em prol de animais resgatados que estão em lares temporários (Foto: Arquivo Pessoal)
Arrecadação em prol de animais resgatados que estão em lares temporários (Foto: Arquivo Pessoal)

Carmen acredita que além da questão do abandono, também é preciso encontrar uma solução para a raíz do problema, já que, infelizmente, falta responsabilidade e empatia por conta de quem adota um animalzinho. É comum que as pessoas decidam ter um cão ou um gato sem levar em conta os cuidados necessários, a sujeira, as eventuais doenças e até a aparência ou o tamanho que ele atingirá quando adulto. Fatores que levam humanos a descartar esse bichinho na rua.

Além do sofrimento dos animais, a protetora também explica que é uma questão de qualidade de vida também para as pessoas. “Eu penso que precisamos de uma vida saudável, eu preferia um mundo em que as pessoas fossem responsáveis, cuidassem dos animais, tivessem empatia e compaixão. Atualmente, quem resgata um animal, leva para dentro de casa, cuida das feridas, também sofre com esse animalzinho. É muito massacrante para o psicológico ver e lidar com tanta dor, com as perdas. Nem sempre você vai conseguir salvar o cachorro ou o gato, por maiores que sejam os seus esforços”.

Carmen chegou à essa conclusão depois de resgatar 16 cães de rua e passar com eles por todo esse processo, uma vez que a maioria tem doenças que precisam de atenção, além da questão de adaptação ao novo lar. Ela relata que na época, sempre que saia de casa, levava a preocupação junto e acabou negligenciando a própria vida social em prol dos animais. “Eu percebi o quanto não temos domínio sobre a nossa vida, porque somos responsáveis pela vida outros.”

Cadelinha Mel antes do resgate (Foto: Arquivo Pessoal)
Cadelinha Mel antes do resgate (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois do resgate, Mel ainda está em um lar temporário aguardando adoção (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois do resgate, Mel ainda está em um lar temporário aguardando adoção (Foto: Arquivo Pessoal)

Atualmente Carmen também busca parcerias com universidades e clinicas de Campo Grande, de acordo com ela, os hospitais veterinários da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e da Uniderp, concordaram em realizar a castração de graça desde que a protetora consiga arcar com os custas da medicação e dos materiais utilizados.

Até o momento foram selecionadas dez cadelinhas pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade e que, não teriam condições de pagar pela castração. A intenção é dar um passo de cada vez em direção ao objetivo idealizado. Carmen sonha com um mundo em que protetores não serão necessários, pois não haverá animais abandonados.

Para ajudar na “vakinha” basta acessar o link clicando aqui. Para mais informações do projeto, siga a conta no instagram @100viralatascg ou entre em contato com a própria Carmen pelo @carmencalderon.64.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.

Nos siga no Google Notícias