Aos 92 anos, Floriza faz máquina centenária continuar “trabalhando”
Floriza chegou ao São Francisco quando bairro só tinha terra e transformou casa em lar
Sem deixar com que a passagem dos anos diminuísse a força para viver, Floriza Vieira Dias mostra que os números pouco importam quando o cotidiano funciona. Aos 92 anos, a moradora do bairro São Francisco não abandona a coleção de plantas e faz até com que uma máquina de costura centenária continue “trabalhando”.
“Quando a gente se mudou, aqui só tinha trilheiro para passar. Era terra por todo lado e só algumas poucas casas”, relembra sobre o bairro. Desde quando ela e a família começaram a transformar o espaço em lar, passaram mais de 50 anos.
Zelosa desde a época em que morava na área rural, Floriza narra que sempre gostou de cuidar do que era seu. Talvez por isso não quis deixar a casa para trás quando perdeu o marido e, ao invés de cair na tristeza, continuou transformando o espaço.
Integrando as histórias acumuladas durante seus mais de 90 anos, a moradora narra que a máquina de costura foi um presente do sogro. “Ela é de 1910, era da minha sogra e foi meu sogro quem me deu. Nunca precisei mandar arrumar e ela funciona até hoje, já até trabalhei costurando para fora com ela”, diz.
Hoje, a máquina é usada para alguns trabalhos menores feitos para familiares como agrado e com as marcas do tempo comprova que foi bem usada durante toda a vida.
Além da costura, inúmeros sinos dos ventos contam sobre a proprietária da casa. “Eu ia muito para Ponta Porã e sempre trazia porque gosto. As pessoas foram viajando e aí começaram a trazer para mim também. Tem sino dos ventos de tudo quanto é lugar”.
Longe de querer manter tudo guardado, Floriza faz questão de exibir os presentes e guardar as lembranças de cada um deles. Tanto é que com as flores funciona do mesmo jeito, todas se espalham pela casa.
Especialmente na entrada do lar, um jardim com dezenas de espécies toma conta do quintal e, assim como conta cuidar de toda a vida, as plantas não ficam de fora. “Eu é que continuo cuidando daqui. Todos os dias preciso regar e vou cuidando, antes tinha até mais”.
Mesmo com a filha, Fátima, oferecendo ajuda, a idosa diz que enquanto tiver saúde para cuidar do lar, é isso o que vai fazer. “Não tenho vontade de sair daqui. Criei meus filhos, vivi com meu marido e tenho minhas coisas. Vi o bairro mudar e continuo gostando”, completa.
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