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Comportamento

Aos 92 anos, Floriza faz máquina centenária continuar “trabalhando”

Floriza chegou ao São Francisco quando bairro só tinha terra e transformou casa em lar

Aletheya Alves | 11/01/2023 07:22
Máquina de 113 anos compõe as lembranças criadas em casa de meio século. (Foto: Henrique Kawaminami)
Máquina de 113 anos compõe as lembranças criadas em casa de meio século. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem deixar com que a passagem dos anos diminuísse a força para viver, Floriza Vieira Dias mostra que os números pouco importam quando o cotidiano funciona. Aos 92 anos, a moradora do bairro São Francisco não abandona a coleção de plantas e faz até com que uma máquina de costura centenária continue “trabalhando”.

“Quando a gente se mudou, aqui só tinha trilheiro para passar. Era terra por todo lado e só algumas poucas casas”, relembra sobre o bairro. Desde quando ela e a família começaram a transformar o espaço em lar, passaram mais de 50 anos.

Zelosa desde a época em que morava na área rural, Floriza narra que sempre gostou de cuidar do que era seu. Talvez por isso não quis deixar a casa para trás quando perdeu o marido e, ao invés de cair na tristeza, continuou transformando o espaço.

Floriza faz coleção de sinos dos ventos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Floriza faz coleção de sinos dos ventos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Peças são as mais variadas e se espalham pela varanda. (Foto: Henrique Kawaminami)
Peças são as mais variadas e se espalham pela varanda. (Foto: Henrique Kawaminami)

Integrando as histórias acumuladas durante seus mais de 90 anos, a moradora narra que a máquina de costura foi um presente do sogro. “Ela é de 1910, era da minha sogra e foi meu sogro quem me deu. Nunca precisei mandar arrumar e ela funciona até hoje, já até trabalhei costurando para fora com ela”, diz.

Hoje, a máquina é usada para alguns trabalhos menores feitos para familiares como agrado e com as marcas do tempo comprova que foi bem usada durante toda a vida.

Além da costura, inúmeros sinos dos ventos contam sobre a proprietária da casa. “Eu ia muito para Ponta Porã e sempre trazia porque gosto. As pessoas foram viajando e aí começaram a trazer para mim também. Tem sino dos ventos de tudo quanto é lugar”.

Longe de querer manter tudo guardado, Floriza faz questão de exibir os presentes e guardar as lembranças de cada um deles. Tanto é que com as flores funciona do mesmo jeito, todas se espalham pela casa.

Jardim começou a ser construído há cerca de 13 anos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Jardim começou a ser construído há cerca de 13 anos. (Foto: Henrique Kawaminami)

Especialmente na entrada do lar, um jardim com dezenas de espécies toma conta do quintal e, assim como conta cuidar de toda a vida, as plantas não ficam de fora. “Eu é que continuo cuidando daqui. Todos os dias preciso regar e vou cuidando, antes tinha até mais”.

Mesmo com a filha, Fátima, oferecendo ajuda, a idosa diz que enquanto tiver saúde para cuidar do lar, é isso o que vai fazer. “Não tenho vontade de sair daqui. Criei meus filhos, vivi com meu marido e tenho minhas coisas. Vi o bairro mudar e continuo gostando”, completa.

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