Mães têm sim filhos preferidos e isso nada tem a ver com amar mais
Quem tem irmão certamente já se perguntou qual era o filho preferido da mãe.
Inevitavelmente quem tem irmão já se perguntou pelo menos uma vez na vida: quem será o preferido da mamãe? Enquanto filha, também já me questionei e só pude encontrar resposta após me tornar mãe de dois: sim, existe sentimentos diferentes para cada filho.
Calma, calma! Não tô aqui dizendo que amo mais um do que o outro, não é nada disso. Mas sim, meu caro leitor, a identificação da mãe pode ser maior com uma de suas crias. Lance de reciprocidade, entende?
Na maioria absoluta dos casos, uma mãe daria a vida por qualquer um dos filhos. Trocaria de lugar com qualquer um deles em situações de sofrimento, sem titubear. Mas quando o assunto é convívio, sem pautas extremas em jogo, aí o cenário muda.
No imaginário popular é difícil conceber que para além da imagem sagrada de mãe existe um ser humano. Contudo, a verdade é que o lado de carne e osso fala mais alto quando o assunto é convivência. Venhamos e convenhamos, nem sempre o elo mãe-filho é suficiente para manter boa relação.
Ideias, escolhas, caminhos diferentes podem fazer com que o cotidiano fique mais alheio, distante. Eu mesma, por exemplo, tenho total consciência de que sou muito mais “difícil” do que minha irmã. Questiono, falo o que sinto e muitas, muitas, muitas vezes confrontei minha mãe quando era mais nova. Por vezes nossas ideias ainda são distintas, não batem.
Então, claro que quando precisava conversar sobre amenidades não era a mim que minha mãe recorria, mas a quem a compreenderia melhor: minha irmã.
O que para mim, até então, era ter preferência. Mas, num todo, os esforços maternos são os mesmos para minha irmã e eu, até hoje. Praticamente tudo que oferta a uma, oferta a outra e no quebrar dos ovos sei que o afeto por nós tem igual intensidade.
Agora como mãe de dois, que mesmo sendo bebês são tão diferentes, eu entendo como funciona o jogo “do preferido da mamãe”. Na verdade, o amor é exatamente igual, mas assim como com qualquer outra pessoa na vida, teremos mais identificação com um do que com outro e tá tudo bem.
Jéssica Benitez, jornalista e mãe do Caetano e da Maria Cecília, além de criadora do perfil @eeunemqueriasermae
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