No "1º Encontro de Vira-Latas" sobra gente apaixonada pelos mascotes
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Preparado para a Copa do Mundo, o vira-latas “Caramelo” é um exemplo de superação. Ele contou com uma mão amiga para estar hoje (18), no 1º Encontro de Vira-Latas de Campo Grande, nos altos da avenida Afonso Pena. Com lencinho verde e amarelo o cãozinho deu o primeiro passeio depois de um grave acidente, no qual teve fraturas múltiplas.
“Caramelo” está para adoção. A jovem que o resgatou cuida dele, mas não tem como ficar com o cão para sempre. Ela lamenta, porque já se apegou e o carinho parece recíproco. “Para onde eu vou, ele quer ir junto. Vai ser difícil a gente se separar. Ele já acha que é meu”, diz Juliana Rodi.
A manhã deste domingo foi de passeio e competição para a cachorrada com e sem pedigree. “Mika” ganhou o concurso na categoria “menor cão”. Ela foi adotada quando as irmãs Isadora e Lara Bordigno procuravam pelo “Alfred”, que havia desaparecido. As meninas não encontraram o cachorro da família até hoje, mas acharam uma nova mascote.
Isadora conta que não compra animais, prefere adotar e não importa sem te raça definida. “Eu prefiro ficar com o vira-latas para ajudar, porque sei que eles têm menos chances de encontrar uma pessoa legal que vai cuidar com carinho.
Nós ficamos tristes de ter perdido o Alfred e a Mika estava com uma mulher que queria doar, então resolvemos ficar com ela”, conta a adolescente. A irmã, Lara, acrescenta que um animal não substitui o outro, mas o importante é dar um lar feliz para todos.
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O analista Carlos Henrique Monteiro é voluntário da ONG “Abrigo dos Bichos”. A experiência na organização mostra que que muita gente ainda pensa em um cão de raça quando quer adotar. O receio, segundo ele, é de que os cães vira-latas ou com histórico de abandono tenham alguma doença. “Muitas pessoas vem buscar animais para adoção e quando percebem que só tem vira-latas já vão embora. Eles não têm a cara de pau de perguntar se tem cão de raça, mas muitas vezes acabam desistindo da adoção”, comenta.
No total, 180 cães participaram da Cãominhada, que terminou com o concurso do 1º Encontro de Vira-Latas nas categorias mais adestrado, mais parecido com o dono, mais fantasiado, maio e menor cão.
Amor antigo - Há 15 anos, a vida da fisioterapeuta Hana Nakkoud começou a mudar por completo e os cães são os coadjuvantes dessa história que envolveu a família toda. Hana estava com depressão e foi orientada a adotar um animal de estimação. Hoje já são 12.
A recomendação do psiquiatra foi um marco na vida dela. A filha, Julie Rose, 15 anos, nasceu na época em que a mãe adotou os primeiros cães. Desde então, todos se engajaram na luta pelos animais, inclusive, o esposo que foi aos poucos se acostumando com os cães em casa.
A família gasta R$ 600,00 por mês somente com 50 quilos de ração para a bicharada. Mesmo assim, esboça um sorriso largo de satisfação e diz que sustentar essa turma toda é um “sacrifício” diferente que só aumenta a alegria da família.