Tia Eva celebra Consciência Negra com cultura e reflexões sobre igualdade
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A comunidade quilombola Tia Eva foi palco de uma celebração histórica do Dia da Consciência Negra nesta quarta-feira (20), em Campo Grande, com o primeiro reconhecido feriado nacional. O evento, que teve a chuva como coadjuvante, reuniu diversas atividades culturais e educativas, destacando a luta pela igualdade racial e a valorização da cultura afro-brasileira na região.
O evento foi organizado por Eduardo Alves, 33, diretor criativo, que explicou a proposta do projeto. Durante sete meses, a Escola Delfino, localizada na comunidade, ofereceu cursos de qualificação profissional, abordando temas como empreendedorismo, história afro-brasileira e estamparia ancestral. A culminância desse trabalho foi apresentada em um desfile com peças criadas pelos participantes.
“Queremos transformar a educação racial em uma experiência cultural, conscientizando de forma leve sobre a igualdade racial e a resistência do povo afro-brasileiro”, afirmou Eduardo.
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A ilustradora e expositora Regielen Castilho, de 28 anos, destacou ao Campo Grande News a emoção de realizar sua primeira exposição no local. “Tenho um carinho muito grande com essa comunidade. Já dei aulas aqui e tenho uma ligação forte. É muito significativo que minha primeira exposição seja aqui, no feriado que marca um avanço para a nossa comunidade. Esse momento permite que levantemos questões importantes e deixemos nossas narrativas à mostra para todos”.
Para Cristiane Oliveira, 29, professora, o feriado representa uma oportunidade para a sociedade refletir sobre temas essenciais como identidade e pertencimento.
“No Brasil, onde a maioria da população é negra, é um marco fundamental. É um dia para parar, refletir e celebrar as vitórias dos movimentos sociais e do movimento negro. Apesar de ainda haver muito a avançar, hoje é um dia de vitória e valorização da cultura negra”.
Já a trancista Graziele Francisca Ferreira, 28, vice-presidente da comunidade Tia Eva, ressaltou a importância das tranças como símbolo de identidade e autoestima. “Hoje, dentro da nossa comunidade, a trança é referência. É um marco da luta pela valorização da mulher e da igualdade racial. Essa data é uma vitória para nós, um reconhecimento da nossa resistência e da importância da cultura afro", destaca.
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