Wood’s decepciona na 1ª noite, com fila de mais de 3 horas e desorganização
A ideia era relatar como é a mais nova casa de shows da cidade, mas nem todo mundo se sujeita a ficar 3 horas em pé numa fila esperando a entrada. Então, só deu para voltar para a casa com uma péssima impressão da primeira noite da Wood’s Campo Grande.
Mesmo no papel de jornalistas, a equipe do Lado B chegou cedo para aguardar como qualquer pessoa a hora de conhecer o tão falado espaço, já com filiais espalhadas por São Paulo e Paraná. Talvez, se tivéssemos “furado a fila” com credenciamento de imprensa, não teríamos visto a realidade da noite e como o campo-grandense baladeiro é “bonzinho” e paciente, capaz de ficar muito mais tempo do lado de fora, quem sabe até 5 horas.
Como a assessoria informou, na hora marcada para a abertura da portaria, lá estávamos nós e uma multidão esperando para comprar os ingressos. A primeira decepção veio de cara: a falta de um funcionário para dar informações corretas ou, pela lógica, colocar ordem na fila.
Depois, foi uma chateação atrás da outra. Tudo bem que ninguém esperava algo diferente no dia da inauguração da casa noturna de grife, uma das mais famosas do País. “Todo mundo sabia que seria assim. Mas acho que podia ser mais rápido se fosse organizado. Também faltou segurança”, avalia o estudante Lucas Tavares.
Camila Seco, 24 anos, joga um balde de água fria em quem pensa que esse tipo de demora é coisa de inauguração. “Tá entrando de dois em dois, vai demorar muito. Já estive na Wood's em Belo horizonte, lá é do mesmo jeito, sempre segurando as pessoas”, informa.
Equívocos - Os responsáveis não cumpriram o horário divulgado e a bilheteria só começou a funcionar muito depois do previsto, por volta das 23 horas. “É muita desorganização. A divulgação do evento informou que os convites começariam a ser vendidos às 21 e 30, depois passaram para às 22 e depois para as 23”, reclama Larissa Moraes, de 23 anos.
Nessa altura do campeonato, tudo já havia virado uma confusão de dois quarteirões. “Fila é o mal de Campo Grande. Os empresários parecem que fazem para chamar atenção”, comenta o estudante Rodrigo Cardoso, de 19 anos.
A Wood’s cumpriu os requisitos de acessibilidade, mas não teve sorte e na “hora H” o elevador para cadeirantes resolveu enguiçar e o cliente na cadeira de rodas só chegou à entrada na base da força dos seguranças.
Quando tudo chega a um ponto crítico como na noite de quarta-feira, a cidade é a primeira a virar alvo. “Campo Grande só tem isso. Nunca tem muita opção. Vou ficar, mas o limite para entrar é 2 horas da manhã”, avisa o “paciente” Eduardo Zamban, também de 19 anos.
Para piorar, não apareceu nem um ambulante para vender água ou uma cervejinha, mas isso seria luxo diante da aglomeração. “Cheguei cedo, às 8 da noite, porque sabia que seria esse tumulto para entrar. Mas só não ficou pior porque nós mesmos organizamos a fila”, lembra Tihara Beaigere, 28 anos.
No estacionamento lotado em questão de minutos, gente ainda tentava entrar, porque não havia ninguém para pendurar uma plaquinha de “sem vagas”, o que transformou a Afonso Pena em um caos, justamente na altura da Cidade do Natal, que também começa a funcionar nesta quinta-feira.
Cristiane Rodrigues, 26 anos, contabiliza 30 minutos dentro do carro, no engarrafamento, sem o auxílio de policiamento de trânsito. “Nunca imaginei que estivesse assim. Vou fazer o retorno e voltar pra casa”.
Pamela Mello e amiga Mayara Saab chegaram às 21h e por volta das 22h30 desistiram, apesar de já terem investido R$ 20,00 em um estacionamento na região. Para não perder a produção, que exigiu horas no cabeleireiro, as duas pegaram o rumo de outra balada. “Vamos entrar na Valley. Se eu soubesse que seria assim, nem tinha vindo.”
Agora, as duas juram que só voltam se houver uma grande novidade. “Se tiver alguma dupla famosa sim, coisa local não vale. É muito lotado”, justifica Pamela, lembrando que as atrações anunciadas até agora são apenas locais.
Para quem estiver disposto, a Wood's abre novamente no próximo sábado.